Gravidez tardia é realidade entre mulheres mesmo sendo raro

De acordo com dados do Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos (SINASC) do Ministério da Saúde, o número de mulheres que engravidaram após os 35 anos cresceu 84% no Brasil na última década. Percebe-se assim, que mesmo não muito discutido, a gravidez tardia é parte da vida de muitas mulheres.

Recentemente, o assunto voltou à tona após a atriz Claudia Raia anunciar a terceira gravidez aos 55 anos. A notícia veio como uma surpresa para muitos, já que de acordo com a medicina, a partir dos 35 as chances de engravidar são menores, porque a reserva dos óvulos diminui.

A gravidez tardia fez parte também da santa-cruzense Cristiane Nunes - aos 42 anos, ela teve Malu, sua terceira filha. “É bem diferente a experiência da maternidade mais tardia”, conta. “A maturidade traz uma visão um pouco mais confortável com a maternidade. Você encara o tempo necessário para cuidar de cada detalhe, você tem a paciência necessária e não fica tão ansioso”.

Sobre a experiência da gravidez, ela conta que foi um desafio para si e para sua família, por conta de problemas de saúde: “Por eu ter 42 anos, já ter tido outros filhos, o corpo já não é mais o mesmo. Então a minha gestação foi delicada, tive que tomar medicamentos, ter cuidados e fazer repouso, por conta de complicações que apareceram durante a gestação”, explica. “Teve que ter algumas adaptações em casa para conseguimos essa gestação tranquila, mas todo mundo abraçou e conseguimos passar pelos nove meses de forma bem tranquila”.

Ela também conta que o acompanhamento de sua médica, Elaine Ali, foi um fator crucial. “Quando você está planejando ou não uma gestação depois dos 40, ter um médico que te oriente e dê o suporte é de extrema importância”, explica.

Em entrevista para o Atual, Elaine conta que os riscos de uma gravidez após os 40 aumentam, e abortos espontâneos, má formação do feto e diabete gestacional são mais comuns de acontecerem. Sobre os cuidados necessários, ela cita que é necessária uma dieta alimentar, atividades físicas se for possível, controle da pressão e glicemia, e atenção a fatores e obesidade.

Para as mulheres que pensam em desistir da gravidez por conta da idade, a dica de Cris é que não desistam.  “A maternidade é uma coisa absurda. Quando você sente que é hora de ser mãe, não tem jeito. Só digo que se cuidem e busquem um acompanhamento”, finaliza.