Exposição a toxinas causa diversos problemas
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Muito se fala atualmente em dietas detox, mas porque precisamos desintoxicar? A nutricionista Amarílis Sanson Picinin falou com o Atual sobre o assunto. Ela explicou que a exposição, em longo prazo, a algumas substâncias como agrotóxicos, metais pesados, aditivos alimentares e plásticos, traz prejuízos a saúde, portanto elas precisam ser eliminadas, fazendo-se então necessário o consumo de alguns alimentos que auxiliam no processo de desintoxicação.
Segundo Amarílis, alguns dos problemas da exposição a estas substâncias são obesidade, infertilidade, desordens neurológicas, disbiose crônica, ansiedade, depressão, fadiga generalizada, falta de concentração, déficit de memória, dor de cabeça, tontura, entre outros.
Segundo a profissional, destoxificação é qualquer processo biológico que busque a redução dos impactos negativos das toxinas ao metabolismo corporal. O grande objetivo é fazer com que essas toxinas sejam transformadas em substâncias mais solúveis para serem eliminadas principalmente pela urina. “Todas as células são capazes de destoxificar, porém é no fígado e intestino que ocorre em grande parte este mecanismo”, explica.
Uma recomendação importante para a nutricionista é dar preferência a alimentos orgânicos. O consumo de brássicas (brócolis, couve flor, couve, rabanete, acelga, repolho) é recomendado ao menos uma vez ao dia. “É importante serem consumidas cruas ou cozidas por 2 minutos, cortadas e temperadas”, aconselha.
Outra dica para o processo de destoxificação é o consumo de bastante água. Ela recomenda que seja ingerido entre 30 e 35 ml de água a cada quilo da pessoa, ou seja, uma pessoa de 60 quilos deve ingerir entre 1,8 e 2,1 litros por dia.
O consumo de chá verde, chá de hortelã, chá de dente de leão também são recomendados. Amarílis cita ainda como importantes, os temperos naturais como gengibre, cúrcuma, cominho, pimenta e alecrim. “O alho e cebola são fundamentais e, de preferência, crus”, afirma.
Outros alimentos detoxificantes são os roxos que são ricos em antocianinas como amora, jabuticaba (usar a casca para suco ou chá), açaí sem adição de xarope de guaraná (bater com banana ou geleia de mirtilo sem adição de açúcar). Cebola roxa e repolho roxo crus.
Preferir os alimentos in natura, pois são ricos em fitoquímicos, além de evitar sempre que possível o consumo de carne vermelha, açúcares, laticínios, alimentos industrializados ricos em aditivos químicos, alimentos enlatados, embutidos e refinados, além de refrigerantes e sucos artificiais também são dicas importantes da nutricionista.
A prática de exercício físico também é um fator que ajuda bastante. “Eliminamos toxinas através do suor e o exercício aeróbico estimula as enzimas de destoxificação”, afirma.
Outras dicas do dia a dia é evitar o uso desnecessário de medicamentos. Evitar preparar os alimentos em panelas de alumínio e o armazenamento e aquecimento de alimentos em potes de plásticos, ou prefira os plásticos livres de bisfenol-A.
Geleca caseira também pode causar intoxicação
Não é apenas os alimentos que podem nos trazer toxinas. Diversos tutoriais no YouTube ensinam a fazer em casa a geleca ou slime, uma massa grudenta que é febre entre as crianças. A brincadeira parece divertida, no entanto, pode trazer sérios riscos à saúde, como alergias e até queimaduras.
O perigo está na mistura de ingredientes químicos, como o bórax (borato de sódio), água boricada e cola branca. O bórax é a matéria-prima de alguns produtos de limpeza, como sabão em pó para máquina de lavar, inseticidas e outros.
A Sociedade Brasileira de Pediatria já alertou para os riscos da substância. De acordo com a entidade, o manuseio do bórax pode gerar intoxicação.
Além disso, o bórax – em contato com a pele – pode causar feridas vermelhas, ardência e até dermatite de contato, uma reação que se assemelha a uma queimadura. Quando usado em quantidade acima do recomendado, o bórax também provoca vômito, diarreia e irritações nos olhos.