Educação Sexual entre os jovens se torna cada vez mais necessária

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que houve uma queda na utilização de camisinha por adolescentes no Brasil. O percentual de pessoas entre 13 e 17 anos que usaram preservativo na última relação sexual caiu de 72,5% em 2009 para 59% em 2019.
Entre as meninas, a queda foi de 69,1% para 53,5% e, entre os meninos, de 74,1% para 62,8%. Essa queda levanta preocupação entre especialistas e mostra que a educação sexual entre os jovens ainda precisa dar grandes passos.
Paralelamente a isso, vem-se percebendo também um aumento considerável de casos de infecções sexualmente transmissíveis (IST) entre jovens com idades entre 15 e 29 anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 64.300 casos de sífilis adquirida foram registrados no Brasil somente no primeiro semestre de 2021. Esse número é 16 vezes maior do que o registrado 12 anos atrás, quando 3.936 pessoas foram diagnosticadas com a doença.
Segundo a sexóloga Eliane Ali “o sexo é um dos grandes prazeres da vida. Deve ser vivido com essa vontade, alegria e também com responsabilidade”. Sobre a queda no número de jovens que usam preservativo, ela diz que essa queda pode ter se dado pela falta de conhecimento sobre o assunto. “Institui-se uma dúvida onde alguns questionamentos que não são esclarecidos, como diminuição do prazer, medo de não conseguir ereção, frustrar o parceiro quando se nega ou quando se pede o uso do preservativo, pode ser uma das causas que se diminuiu o uso do preservativo tanto masculino, quanto feminino”, conta.
Outra alternativa para a diminuição do uso, que foi levantada por pesquisadores, pode ser o uso de outras formas contraceptivas, como os anticoncepcionais e o dispositivo intrauterino (DIU). É preciso lembrar, porém, que esses métodos protegem contra uma gravidez indesejada, mas não contra infecções sexualmente transmissíveis.
Mesmo na era da informação, com a democratização do acesso sobre diversos temas através da internet, nota-se que ainda existem barreiras entre os jovens. Isso acontece porque nem todas as pessoas possuem acesso a essas informações, principalmente as de regiões marginalizadas. Muitas escolas ainda optam por dar prioridade a temas como o ensino religioso, do que ensinar sobre educação sexual. Como o assunto ainda é tabu entre muitas famílias, e os métodos de ensino acabam por não cobrir o tema, muitos jovens acabam não sabendo como fazer o uso correto do preservativo, e nem sobre a sua relevância na saúde.
De acordo com a Secretaria de Saúde Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo, são disponibilizados profissionais para orientações nas escolas sobre temática de sexualidade, conhecimento do corpo e prevenção da gravidez na adolescência. Também foi informado que em todas as Unidades Básicas de Saúde existem cartazes informativos e preservativos a livre demanda.