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Bullying: papel dos pais é fundamental para superar a prática

Publicada dia 24/04/2023 às 16:12:35

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Giovana Dal Posso


A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, indica que cerca de 13,2% dos adolescentes no Brasil já foram vítimas de bullying, provocação ou intimidação por colegas de classe. Mas como os pais podem ajudar os filhos a lidarem com essas situações?

Segundo Mariana Guedes Cubas, pós-graduanda em Neuropsicologia e Psicologia Comportamental e Cognitiva, na maioria dos casos a criança que sofre bullying não relata para os pais e nem professores em sala de aula, por ter medo ou vergonha das consequências que surgiram. “Os pais devem ficar atentos nas mudanças comportamentais das crianças, como mudanças de humor, sentimentos de raiva e medo sem ter justificativas, isolamento social, apresenta choro sem motivo, desinteresse na escola - onde pede para não ir à aula, apresenta baixo rendimento escolar, alterações alimentares, dificuldades no sono - pode ser que tenha pesadelos, evita relações sociais perde frequentemente o material escolar e apresenta sinais de ansiedade”, explica. Quando isso acontece, é importante que a criança receba acompanhamento psicológico para que possa se recuperar, desenvolver habilidades emocionais, aumentar sua autoestima e se tornar mais independente.

Quando a criança comunica voluntariamente a situação em que está passando, Mariana relata que os responsáveis devem oferecer acolhimento e prestar atenção ao que ela tem a dizer, fornecendo apoio emocional e reconhecendo sua coragem em abordar o assunto, além de assegurar que irão enfrentar essa fase juntos. “Nesse momento é importante que os pais controlem suas próprias emoções, para que a criança se sinta confortável e acolhida, estabelecendo empatia e confiança. Em seguida, tenham uma parceria com a escola, que criará ações e estratégias efetivas para promover um ambiente escolar seguro”, complementa.

Por mais que a maioria dos pais prefere não acreditar, pode ser o seu filho que esteja praticando algum tipo de assédio moral, intimidação, humilhação, discriminação ou outro tipo de comportamento do gênero em ambiente escolar. Nesses casos, a psicóloga indica que os pais devem procurar entender o que está motivando esse comportamento, seja por pressão dos colegas, por querer se destacar, por em algum momento ter sofrido intimidação, por não conseguir lidar com a raiva, ou até mesmo pode ser um reflexo do ambiente onde vive. Ela ressalta que nesse momento, é importante haver uma parceria entre a escola e a família, para promover diálogos construtivos que permitam desenvolver empatia e respeito.

“A família deve enfatizar que esse comportamento é inaceitável, tendo muitos diálogos e aconselhamento, explicando as consequências que esse comportamento resulta. Nesses casos, pode ser que seja necessário, passar por acompanhamento psicológico, para que haja a investigação do desencadeador desse comportamento, e posteriormente trabalhar essas questões, com a escola e família”, finaliza.