Assimetrias cranianas nos bebês podem ser corrigidas

Olhou para o bebê e achou que a cabeça está torta, ou com aspecto amassado, pode ser que você esteja certa e a criança tenha uma assimetria craniana. A fisioterapeuta Aleteia Rodrigues explicou que existem vários tipos de assimetrias cranianas e elas se subdividem em dois grandes grupos, as chamadas posicionais (classicamente as Braquicefalias, Escafocefalias e Plagiocefalias) e as cranioestenoses (que, no caso, são de fato as mais graves e que precisam de tratamento cirúrgico e diagnóstico correto o mais precoce possível).
As assimetrias do tipo posicionais podem ocorrer desde o nascimento e melhoram nas primeiras semanas de vida do bebê, ou, pode aparecer nos primeiros meses de vida, que é a maior fase de crescimento da cabeça do bebê. Este segundo tipo costuma acontecer devido uma imobilidade do bebê, com apoio excessivo da cabeça em uma mesma posição.
Aleteia exemplificou com o uso excessivo de cadeirinhas de descanso, bebê conforto e o medo de colocar o bebê de lado e de barriga para baixo. “As assimetrias cranianas não são puramente um fator estético, podendo acarretar, entre vários fatores, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Muitas vezes casos precoces e leves podem ser resolvidos com orientações, mas em alguns casos é necessário acompanhamento com fisioterapeuta e osteopata, ou até mesmo o uso de órteses cranianas (capacetes)”, diz.
A profissional salientou que cada paciente é único, tem uma realidade única, está em um ambiente único, tem necessidades únicas, terá uma evolução única e precisará de um tratamento único. Ela alerta que existem no mercado almofadas que prometem evitar ou tratar as assimetrias cranianas, mas ela argumenta que a eficácia não é comprovada, justamente por serem genéricas e o tratamento ideal é individual.
“A chave de todo tratamento é a participação da família. Qualquer tratamento só funciona se tiver a participação da família. Com o passar do tempo e com as deformidades maiores é muito mais difícil a correção total da assimetria e isto não deve ser encarado como mais um motivo de culpa, mas sim de alerta. Para prevenir, procure orientação de reposicionamento e mudança de ambiente com um profissional experiente e qualificado, e evite usar por tempo excessivo o bebê conforto, cadeirinhas de balanço e carrinhos de bebês. O ideal é praticar diariamente o Tummy time, que é quando colocamos o bebê de barriga para baixo no chão”, explica.