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Álcool e tabaco trazem danos ao cérebro

Publicada dia 31/10/2022 às 15:51:43

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Não é segredo para ninguém que o consumo de cigarro e bebidas alcoólicas não fazem bem para a saúde - estudos recentes revelam que cerca de metade dos cânceres do mundo estão atrelados a fatores de risco, e o tabaco e álcool estão no topo da lista.  Pouco se discute, porém, que as substâncias trazem efeitos negativos ao cérebro e saúde mental do indivíduo, que pode desenvolver determinadas doenças no cérebro. 

Eduardo Ursulino é psiquiatra em Santa Cruz do Rio Pardo. Segundo ele, o uso exagerado de álcool e tabaco são considerados doenças cerebrais, caracterizadas pelo comportamento de busca da substância, desejo e consumo intensos destas, apesar das consequências negativas e existem fatores genéticos, fisiológicos, ambientais, e sociais que fazem com que o uso inicial se transforme em uma doença.

O médico explica que o álcool, quando ingerido em quantidade excessiva pode produzir alterações psíquicas e físicas que interferem no funcionamento normal. Seus estágios variam de embriaguez leve a anestesia, coma, e depressão respiratória em casos mais graves. Já na dependência por tabaco, o fumante estabelece uma rotina, criando hábitos que se tornam gatilhos do desejo de fumar. Nesses momentos, em que usualmente o fumante consome tabaco, a vontade de fumar, ocorre automaticamente pela lembrança do consumo naquela situação.

“O uso de álcool é considerado um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais, principalmente se o indivíduo já tiver uma predisposição. Existe uma forte associação entre o alcoolismo e transtornos de humor, como depressão e bipolaridade. O álcool é a substância com maior potencial de risco para suicídio. Já o uso de tabaco pode facilitar o desenvolvimento da ansiedade, além dos graves prejuízos clínicos e respiratórios que pode desencadear. A combinação do uso das duas substâncias pode potencializar o risco”, explica o psiquiatra.

Finalizando, Eduardo explica que usuários dessas substâncias devem buscar ajuda profissional, com equipe multidisciplinar, que através de psicoterapia individual ou em grupo, são desenvolvidas estratégias de prevenção à recaída, e mudanças na rotina com hábitos saudáveis. Medicamentos também podem auxiliar no controle da abstinência e na redução do desejo pela substância. O objetivo do tratamento é o indivíduo cessar o consumo da substância, ou reduzir ao máximo os danos acometidos, promovendo uma melhora do desempenho profissional, convívio social, e qualidade de vida de uma forma geral.

Karla Pinheiro, do grupo da Pastoral da Sobriedade, trabalha com a mobilização e conscientização quanto ao risco da iniciativa do álcool e cigarro ainda na infância, procurando a prevenção. “Para quem começa antes dos 21 anos o cérebro ainda está em formação e terá um nível de dependência muito maior. Infelizmente o jovem não se preocupa com o vício, em geral ele só vai se sensibilizar para os riscos que álcool e cigarro provocam na saúde e buscar algum tipo de terapia depois dos 40 anos”, explica.