“Foi um milagre na nossa vida”, relata mãe que usa remédios com cannabis em filho atípico

Mariana Chagas

Cláudia Marin, santa-cruzense e vice-presidente da Associação Canábica Maria Flor, sempre lutou pelo direito de seu filho Mateus viver uma vida com mais saúde e bem-estar. O menino de 16 anos convive com Epilepsia de Difícil Controle (síndrome de West), microdeleção do braço longo do cromossomo 9 e alteração de 26 genes. 

 “O Mateus convulsionava muito, até 80 vezes por dia” relembra a mãe. Os médicos já haviam declarado que não havia nada a ser feito, até que a Cláudia descobriu, em uma matéria sobre o canabidiol, que a substância química da planta Cannabis sativa poderia ajudar na situação de seu filho. Mas as dificuldades de conseguir os remédios por meio do Estado eram um desafio para Claudia.

Com ajuda de um casal que se deparou com a história de Mateus em uma matéria, Cláudia teve acesso, pela primeira vez, ao óleo Full Spectrum. “No óleo Full Spectrum é extraído todos os fitocanabinoides da planta: tanto CBD, que é o canabidiol, quanto o THC, o CBG, CBN, e aí por aí vai os mais de 400 fitocanabinoides da planta”, explica a mãe.

Segundo Cláudia, o remédio serve para regularizar quando uma parte do nosso organismo, chamada de sistema endocanabinoide, não está conseguindo funcionar de uma maneira equilibrada. Nessa região, é produzido substâncias similares a esses fitocanabinoides que podem ser adquiridos pelo remédio.

 “Após quatro dias, o Matheus para de convulsionar. E aquilo foi um milagre na nossa vida” recorda Claudia. Hoje, ela trabalha na da Associação Canábica Maria Flor, onde já atendem mais de 10 mil pacientes, entre famílias típicas e atípicas.

Em abril, a vice-presidente da Associação foi chamada para participar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) de uma audiência pública. O STF ouviu as principais instituições do país que atuam com o óleo medicinal extraído da planta de cannabis. Em seu relato, a mãe pode compartilhar uma visão positiva do uso medicinal da planta.