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“Depressão de fim de ano”: entenda o fenômeno

Publicada dia 05/12/2022 às 12:24:57

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O final de ano e suas comemorações são datas aguardadas pela maioria das pessoas, e seu planejamento para elas costumam começar meses antes. O que para muitos é comemorado com alegria e festividades, para outros é sinônimo de um período difícil. Para a psicóloga Isadora Brandini. “Há certa cobrança, vinda destas convenções sociais, que dita que todos devem estar felizes e bem resolvidos. Porém, para algumas pessoas, essas datas podem trazer à tona alguns sentimentos aversivos e angustiantes”.

Um dos motivos para tais comoções acontece porque tudo isso pode reviver memórias e experiências que trazem tristeza, sensação de perda, exclusão, lutos e uma série de outras questões que dizem respeito à experiência de cada pessoa em particular.  “Muitas pessoas não possuem redes de apoio afetivas. Ou seja, não podem contar com família ou amigos para se reunir e comemorar. Isso pode trazer uma sensação de solidão, dada a cobrança de um mundo todo que está ‘feliz’ e ‘comemorando’”, explica.

Outros motivos que podem influenciar esses sentimentos de tristeza e ansiedade que o fim de ano pode trazer podem estar envolvidos com inúmeras outras questões, inclusive as sociais e econômicas: “será que todas as pessoas podem investir em algo para comemorar, seja uma festa, uma viagem, ou simplesmente um recesso ou férias? Será que todas as pessoas têm um lugar seguro e acolhedor para comemorar o ano que passou?”, questiona Isadora.

Cobranças e comparações com famílias e amigos também são comuns nessas épocas, fazendo com que as pessoas se sintam pressionadas, culpadas e ansiosas, o que pode trazer frustração e sentimentos relacionados à depressão.

Quando questionada, a psicóloga explica que “Pessoas que já possuem um histórico de ansiedade e depressão podem estar mais suscetíveis a essas sensações e pensamentos aversivos e a “depressão de fim de ano". Porém, ninguém está "imune" de passar por isso. É por isso que é tão importante o trabalho de autocuidado e autoconhecimento durante todo o ano, o que pode ser fortalecido através da psicoterapia”. 

Finalizando, ela ressalta que neste fim de ano, é importante se lembrar de que cada pessoa tem seu próprio tempo e seus próprios processos. “Se sentir perdido, às vezes, é normal. Peça ajuda. Mantenha uma rede de apoio. Não se obrigue a sentir o que as convenções sociais impõem: respeite seus próprios sentimentos. Faça terapia!”.