Diretora do ProBem afirma sofrer perseguição política
Romano Paschoarelli
Romano Paschoarelli
Segundo dia de oitivas registrou afirmações contundentes envolvendo a Prefeitura Municipal
Esta quinta-feira, 7, ficou marcada por declarações incisivas no segundo dia de oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Programa de Bem-Estar Animal (ProBem), em Santa Cruz do Rio Pardo. A sessão contou com depoimentos das funcionárias públicas Caroline Ramos e Márcia Gaspar – diretora do ProBem. Além delas, Luciana Araújo, coordenadora financeira do programa, tinha seu depoimento marcado para esta tarde e não compareceu por estar de licença médica.
O depoimento de Márcia Gaspar ocorreu em meio ao vazamento de supostas mensagens e áudios divulgados pelo portal Diário Cidadão que sugerem um possível boicote à diretora. Durante sua fala na Câmara Municipal, Márcia afirmou estar sofrendo perseguição política desde que declarou apoio a Otacílio Parras (PL), candidato eleito na disputa municipal. Quando questionada pelo vereador Fernando Bittencourt (União Brasil) se houve algum movimento para tirá-la do cargo, ela disse: “Sim e tenho provas. É uma perseguição política”.
Em outro momento, a diretora do ProBem afirma: “Por que querem me tirar de lá? Para eu não fiscalizar o que está sendo mandado a vocês? Estão querendo esconder alguma coisa? É a única intenção”. Márcia também declarou ter se surpreendido ao ficar sabendo de um pedido de transferência feito por Luciana. “Por que a coordenadora de repente pede uma transferência? Ela é responsável pela parte financeira. Se me perguntarem quanto os veterinários têm para receber, eu não vou poder responder. Ela cuida da parte financeira e eu cuido da castração, do atendimento ao público, vou fazer o ‘corre’ com os veterinários, com os cuidadores. Por que ela está querendo cair fora agora?”, questiona.
Ao final, a reportagem do Atual procurou Fernando Bittencourt, relator da CPI, que avaliou a sessão como “muito produtiva” e disse: “sabíamos da importância que teria o depoimento da Márcia, mas não tínhamos ideia do quão importante será também o da Luciana. Percebemos que ela tinha uma função essencial no programa, inclusive na autorização dos procedimentos químicos”, pontua. O vereador destaca ainda a falta de controle do ProBem, com base nos documentos obtidos pela Câmara Municipal. “Vimos que as pessoas que vieram aqui hoje têm um interesse genuíno em trazer a verdade à tona e também na continuidade do programa. Nosso intuito não é procurar culpados, mas melhorar o ProBem”, completa.
Presidente da CPI, o vereador Juninho Souza (União Brasil) também falou com a reportagem. Para ele, “os trabalhos estão sendo executados muito bem e iremos cumprir em tempo hábil”. Sobre a ausência de Luciana Araújo, Juninho comenta: “Mais cedo ou mais tarde, ela será ouvida. Ninguém vai escapar de prestar os esclarecimentos. Segundo a servidora [Márcia], ela era responsável também pelas assinaturas e pagamentos dos veterinários. Todos serão ouvidos: a Luciana, os veterinários, a Elizete, o Prefeito, todos terão o dever de responder nossas questões e o direito de se explicar”.