Em recorde histórico, polícia efetuou mais de 160 prisões no primeiro semestre

Giovana Dal Posso

Segundo dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e apurados pelo Atual, em 2023 a cidade chegou a um recorde histórico de prisões efetuadas no primeiro semestre, totalizando 163. Esse é o maior número desde 2001, última data disponibilizada no site para análise.

Para o delegado Renato Mardegan, as prisões efetuadas são geradas de uma conduta do cidadão - logo, se ocorreram mais prisões, é porque o número de crimes também aumentou. “Um crime que está muito latente é o estelionato, difícil de identificar. Um outro crime que também salta aos olhos nos últimos anos é a violência doméstica, uma lei bastante rígida que gera prisões. A lei Maria da Penha causou uma explosão de prisões que não ocorriam antes da vigência da lei”, explica.

Entre outros motivos, ele também comenta que as audiências de custódia também favoreceram o aumento das prisões. “Hoje um indivíduo que pratica um furto, ele é preso e solto na audiência de custódia. Fica-se a sensação de impunidade, já que ele acaba praticando e sendo preso novamente. Existem casos aqui de três ou quatro situações de  prisões em flagrante, em um período de um ano, em que os processos demoraram para serem concluídos, e nesse período o cara vai praticando crimes”, conta.

O delegado explica que, eventualmente a pessoa acaba sendo presa, e ‘cumpre uma pena até razoável’, mas em casos onde o crime não é muito grave, a audiência costuma levar a um resultado onde o acusado é liberado e não permanece preso ao longo do processo. 

As 23 categorias somam um total de 510 ocorrências registradas no primeiro semestre. Os furtos, como mencionado por Renato, já somam 218 casos - o crime contém o maior número de ocorrências  no semestre, e é equivalente a 42,7% do total.