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Transporte: Precisando de melhorias, empresa alega não ter condições

Publicada dia 05/02/2019 às 12:09:29

Claudio Antoniolli

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Uma comissão formada pelos vereadores Paulo Pinhata (MDB), Murilo Sala (SDD), Luciano Severo (PRB), Edvaldo Godoy (DEM) e Cristiano Miranda (PSB), visitou durante esta semana a sede da Viação Riopardense, responsável pelo transporte público em Santa Cruz do Rio Pardo. Eles foram atendidos pelo santa-cruzense Luiz Roberto de Oliveira, administrador da empresa em Santa Cruz.

Existem várias reclamações de usuários, desde as condições dos veículos, até atrasos, falta de pontos de ônibus e maus tratos por alguns motoristas. “As pessoas nos procuram para reclamar, a gente também acompanha pela imprensa as críticas, então conversando entre nós, resolvemos fazer essa visita, e também entregar um ofício endereçado para a empresa”, comentou Murilo Sala.

Miranda também falou sobre o assunto. “É uma tema delicado, de difícil solução, a prefeitura já abriu licitação, mais nenhuma empresa aparece, para se tornar viável seria necessário o aumento da tarifa, e isso o prefeito não quer, não podemos prejudicar os usuários, mas temos que dar melhores condições, então é difícil resolver”, falou.

“Precisamos melhorar as condições para a população, mas os números apresentados pela empresa tornam o serviço inviável, nos resta continuar cobrando a prefeitura para tentar achar uma solução”, afirmou Severo.

Não satisfeito com a primeira visita, Sala retornou a sede da empresa. “Vim tirar algumas dúvidas, o Roberto, administrator em Santa Cruz, nos atende muito bem, e vejo nele a vontade de melhorar o serviço, mas ele também encontra dificuldades pela falta de dinheiro”, comentou Sala. “Para ter uma ideia, o número de usuários que não paga o transporte é maior do que os pagantes, pelo caixa que ele nos apresentou, as corridas mal pagam o óleo diesel, aí não dá”, continuou.

“Fica difícil para nós vereadores tomarmos alguma atitude, essa melhora parte da empresa e da prefeitura, agora o que nós podemos como legisladores é cobrar, por exemplo, melhorias em alguns pontos. Em frente à empresa, o ponto é um barranco, levando perigo e dificuldades aos usuários, irei cobrar melhorias e ir pessoalmente à prefeitura”, finalizou.

O Atual também foi até a sede da empresa Viação Riopardense em Santa Cruz tentar entender a situação do transporte do ônibus circular que gera muitas reclamações pelos usuários. Nossa reportagem conversou também com Luiz Roberto, conhecido como Pinguim, que não quis gravar entrevista, mas mostrou toda a situação e falou o que pensa sem ‘papas na língua’.

Ele disse novamente sobre o dinheiro das passagens mal darem para pagar o diesel e mostrou o relatório de alguns dias, por exemplo, na quarta-feira, 30, 486 pessoas usaram a circular, destas 220 pagaram e 266 não, no dia anterior foram 498 passageiros, dos quais 231 pagantes e 267 não pagantes. “Transportamos muitos idosos, integrantes de entidades, como Caps, Adefis, Apae, e eles não pagam, é um direito deles, mas isso reflete no caixa da empresa”, explicou.

Pinguim só não concorda quando é questionado de maus tratos aos usuários. “Antigamente eu admito que os motoristas não esperavam mesmo as pessoas se sentarem nas poltronas, e tivemos alguns acidentes, mas isso mudou, eles esperam todos se acomodarem. Agora essa história de que motorista deixa os passageiros esperando e vai cortar o cabelo, isso não existe”, ponderou.

O administrador também disse que nem todas as reclamações são de responsabilidade da empresa. “Nós não temos responsabilidade sobre pontos de ônibus e nem itinerário, sei que precisa de mudanças, mas isso é com a prefeitura, e faz muito tempo que ninguém nos procura”, disse .

Nossa reportagem chegou a dar uma volta em um dos ônibus, e ouviu como reclamação os atrasos, Pinguim explicou que a maior parte dos usuários são idosos, sendo que alguns tem dificuldades de locomoção, e enquanto estes não estiverem sentados o motorista não sai, e por isso realmente acontecem atrasos.

“Precisa ver o outro lado também, muitos usuários não respeitam, mandei arrumar 50 poltronas rasgadas esses dias, e 14 já estão estragadas também, isso sem falar no lixo que algumas pessoas deixam, é difícil”, finalizou.

Prefeitura

Gerson Garcia, secretário de Desenvolvimento Econômico e Turístico, reconheceu o problema. “Nós fizemos uma prorrogação de contrato com a empresa por mais seis meses, já fizemos três licitações, e não apareceram interessados, estou entrando em contato com algumas empresas para saber qual a dificuldade, e só após a nova licitação é que vamos atualizar os pontos e itinerários”, falou.

Questionado se nenhuma empresa se interessar, ele respondeu que possivelmente a prefeitura assuma o serviço.