Silencioso, verme do coração atinge cães e gatos e traz riscos
Mayrilaine Garcia

A dirofilariose, mais conhecida como verme do coração é uma doença causada por parasitas que contamina principalmente os cães, mas também pode acometer os gatos. A doença é transmitida através da picada de mosquitos contaminados pelas larvas dilofilárias.
O verme do coração é semelhante a uma lombriga, mas ao invés de se alojar nos intestinos, ele fica dentro do coração e por isso pode trazer riscos.
Segundo o veterinário Fernando Balielo, essa infestação ocorre depois que um mosquito infectado por essas larvas pica o animal, que se torna o hospedeiro. “Através da picada do transmissor, as larvas vão para a corrente sanguínea dos cães ou gatos e, quando crescem, em cerca de três meses, vão se transportando até o coração, onde ficam adultas”, explica.
Além disso, ele conta que os vermes também podem entrar nos vasos menores e nos pulmões. O risco da doença tem relação direta com o número de vermes, a duração da infecção e a resposta do hospedeiro ao tratamento.
O veterinário revela ainda que, pelo menos uma dirofilária fêmea e um macho já são o suficiente para ocorrer a reprodução quando estiverem alocados no coração. “O período entre o animal ser mordido por um mosquito infectado, até os vermes se tornarem adultos, acasalarem e botarem seus ovos é de cerca de 6 a 7 meses em cães e 8 meses nos gatos”, detalha.
Antes de se tornarem adultos, são raros aparecerem sintomas, e, os mais comuns são tosses, podendo até mesmo vir a expelir sangue, o que confunde com outras doenças. “Outros podem apresentar diminuição do apetite, perda de peso e desânimo”, acrescenta.
O que agrava é a quantidade e os tamanhos das larvas, já que algumas chegam até 35 centímetros de comprimento. E, quando muitos vermes se reproduzem podem levar a morte, pois bloqueiam as veias do coração o que impossibilita o bombeamento de sangue.
Mas para casos como esse, é possível aparecerem sintomas mais visíveis como a falta de resistência durante os exercícios, e acumulação de líquido no abdômen, que os faz parecer mais gordos.
Por isso, Fernando declara que é importante fazer o diagnóstico clínico. “Precisamos, primeiramente, ouvir o histórico relatado pelo proprietário, para saber se há diferença nos hábitos do animal, além disso, é necessário saber o lugar onde mora, já que as áreas de praia são onde há maiores infestações”, detalha.
Depois de feito o diagnóstico, o veterinário diz que a segunda etapa é a realização de exames. “É indispensável o exame sanguíneo completo, raios-x e testes sorológicos”, indica.
Apesar de atingir o principal órgão do animal, os casos que levam a morte são raros e a cura pode ser obtida por meio de tratamento. “Ele consiste em medicamentos ou cirurgias, dependendo da concentração de verminoses”, explica o veterinário.
Fernando detalha que para doenças silenciosas, como a dirofilariose, o melhor remédio é a prevenção. “A visita constante ao veterinário e o controle das medicações como os avermectinas, macrocificos e antiparasitários ajudam a prevenir a contaminação, principalmente para os donos que costumam levar seus animas para viagens, como à praia”, indica.