< Voltar

Maconha versus cigarro: saiba qual substância pode prejudicar mais a saúde

Publicada dia 25/09/2017 às 10:47:22

Mariana Pires

maconha-versus-cigarro-saiba-qual-substancia-pode-prejudicar-mais-a-saude


A afirmação de que a maconha é menos prejudicial que o cigarro já circula pela internet há um bom tempo, sendo tema de inúmeros debates acerca da legalização ou não da erva. Entretanto, apesar de muitos usuários disseminarem essa ideia, ela pode não corresponder a realidade. “Os estudos mostram que fumar de 3 a 4 cigarros de maconha por dia equivale a fumar mais que 20 cigarros de tabaco, já o pulmão do fumante de maconha recebe uma carga líquida de material particulado cerca de quatro vezes maior do que o fumante de tabaco”, explica o otorrinolaringologista Mário Katsutani.

De acordo com o médico, isso acontece porque a maconha é fumada com um volume de tragada dois terços maior, um volume de inalação de um terço maior e com um tempo de retenção da fumaça quatro vezes superior do que os valores considerados para o tabaco. “Esses problemas são causados pois o cigarro de maconha não é fumado com um filtro, o que causa maior inalação de partículas irritativas para as vias aéreas e pulmões”, pontua.

Diferente do cigarro, que a longo prazo pode afetar o sistema cardiovascular e resultar em diversos tipos de câncer, a maconha geralmente está relacionada aos cânceres de bexiga e pulmão. “No entanto isso não significa que a maconha isoladamente não cause outros cânceres, como os de cabeça e pescoço. Significa apenas que este fato ainda não foi totalmente comprovado, apesar de haver forte indícios para tal”, esclarece Mário.

Katsutani também aponta que usuários de cigarro e maconha possuem mais tendência a desenvolverem câncer de pulmão do que indivíduos que só fumam tabaco. “O uso crônico da erva também está relacionado a um maior risco de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), enfisema pulmonar e bronquite crônica”, alerta.

Sobre a questão da dependência da droga, o otorrinolaringologista afirma que ela existe, mas em níveis menores que o cigarro, por exemplo. “Cerca de 30% das pessoas que experimentam a maconha tornam-se usuários regulares e 10% criam dependência. Além do mais, ela acaba sendo a porta de entrada para substâncias mais pesadas”, conclui.