< Voltar

Empreendedora aposta em ateliê de tranças

Publicada dia 21/09/2022 às 12:08:50

empreendedora-aposta-em-atelie-de-trancas


A origem das tranças começa em 3.500 a.C. na Namíbia. Desde então, ela se tornou não apenas um estilo, mas também uma forma de arte e resistência, e está presente na sociedade durante toda a sua história.

Foi nas tranças que Rafaele Rosário de Santa Luz, a Raffa Braids, viu a oportunidade de abrir seu próprio negócio. Nascida em Salvador, ela veio para Santa Cruz do Rio Pardo há seis anos após sua mãe visitar um parente que morava na cidade e se apaixonar pelo local.

Ao chegar à cidade, trabalhou em outros lugares antes de virar empreendedora, sendo apenas quase três anos depois que iniciou no ramo. A trancista explica que já trançava em Salvador, mas não de maneira profissional. “Eu precisei vir para Santa Cruz para poder realmente descobrir meu talento, minha paixão”. Ela conta que começou o negócio após ouvir de uma colega que não haviam trancistas na cidade. “Sabe quando fica aquilo parado na sua cabeça?”. Ela então pediu demissão do serviço e começou o seu próprio negócio.

A princípio, Rafaele fazia o trabalho a domicílio, indo até suas clientes que eram de fora da cidade. “O interessante é que começou tudo indo de fora para dentro. Eu ia para Jacarezinho, para Ribeirão Claro Bernardino e Salto Grande”, conta. Durante esse período, ela divulgava seu trabalho nas redes sociais, onde começou a conquistar a clientela santa-cruzense. A trancista conta que viu na internet uma maneira de divulgar seu trabalho e abrir novas portas, principalmente quando um de seus vídeos acabou viralizando. 

Após um ano, ela conseguiu se mudar de casa e abrir um espaço em sua residência para atender os clientes. Para o futuro, os planos são conseguir um salão ainda maior. Procurando sempre estar atualizada, Raffa explica que além dos cursos que fez, sempre procura sempre estar pesquisando e aprendendo sobre novas técnicas e modelos. Além disso, ela participa de diversos outros grupos com mais trancistas, onde elas sempre compartilham seus trabalhos e trocam dicas entre si.

De acordo com ela, o reconhecimento da trança como uma profissão é bem recente. “Há dois anos e meio ou três anos que a trança veio a ser reconhecida como uma profissão”. Atualmente, ela trabalha com dois modelos: a trança nagô, que é feita desde a raiz, bem rentes no couro cabeludo, e as box braids, que consistem em dividir o cabelo em quadrados e trança-los até as pontas. Elas demoram, respectivamente, de 40 a 60 minutos e de seis a oito horas.

Quem pensa que Rafaele para por aí, se engana. Seu próximo passo na carreira é agora ensinar outras pessoas a traçarem e se profissionalizarem nesse ramo. “Eu quero trazer para as pessoas daqui essa oportunidade”, conta. “Eu quero levar o meu conhecimento para outras pessoas”. Segundo ela, o começo no ramo pode ser difícil, mas ter um curso profissionalizante já pode ajudar muito.

Raffa conta que ela teve a ideia do curso e resolveu levar seu projeto até uma escola de cursos profissionalizantes da cidade, que abraçaram a ideia e resolveram abrir o curso. Logo que as turmas se abriram, ela conta que já lotaram, e veio-se a necessidade de abrir uma segunda turma. As aulas começaram dia 09 de setembro, e o curso terá a duração de três meses.

Para quem quer começar no ramo das tranças, ela diz que o passo mais importante a se dar é o primeiro. “Só começa Para você ter um início, se você tem realmente vontade de aprender, é só pegar e começar. Independentemente de ser na casa ou de ser um espaço, tem que saber seu limite, e saber que tudo que você está fazendo no começo vai ser recompensado”.