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De ameaças à infrações, universitários denunciam empresa de ônibus

Publicada dia 09/03/2024 às 12:08:50

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No dia 6 de março, um dos ônibus que transportava universitários santa-cruzenses para Ourinhos, da Scatur, empresa vencedora da licitação do transporte, quebrou no início da noite, fazendo com que ao menos 35 alunos perdessem suas aulas e estágios presenciais. O veículo teria destino à Unifio,  mas ficou parado no último ponto da cidade, em frente ao Posto Brasília.

A situação da quebra de veículo, porém, não é um caso isolado ou a única problemática que os alunos  enfrentam com a empresa.  ‘Scatena Agência de Viagens e Turismo Ltda’ vem apresentando nos últimos anos, um histórico de factualidades que vão desde infrações de trânsito até ameaças.

Um dos casos relatados se trata de um  ex-motorista da empresa que, nas viagens para Bauru, fazia por diversas vezes uso do aparelho celular enquanto dirigia na estrada. Uma aluna, que não quis se identificar, explica que o caso foi passado para o vereador Juninho Souza, e supostamente havia sido objeto de uma reunião na Câmara dos Vereadores em abril de 2023, mas nenhuma medida teria sido tomada.  Essa ação resulta em uma infração gravíssima,  com multa de R$ 293,47. A redação do Código de Trânsito Brasileiro ainda inclui a palavra ‘manuseando’, para punir também quem manda mensagens de texto ou fica olhando as redes sociais ao volante.

Mas os problemas não estão em um passado tão distante - atualmente, uma das linhas transporta alunos de quatro faculdades, um instituto e um curso pré-vestibular. “São alunos do ITE, FIB, FATEC, Anhanguera e mais dois cursos. Estamos todos revoltados”, relata. Na quarta-feira, dia 6, na entrada de Santa Cruz, retornando para a cidade, esse mesmo ônibus quebrou - os alunos foram prontamente recolhidos por um veículo da empresa que vinha atrás, e o carro ficou no local até a manhã do dia seguinte.

Já nessa última quinta-feira, dia 7, um ônibus que transportava alunos da UNIP também quebrou em Bauru, após deixar os universitários na faculdade, e os mesmos precisaram ser realocados para um segundo veículo que estava na cidade.

Na fatídica quarta-feira, após a publicação da matéria, o Atual também recebeu denúncias que um um colaborador representante da empresa Scatur realizou ameaças ao coordenador do ônibus da Unifio. “Ele foi lá nos avisar que o ônibus havia quebrado e depois começou a fazer ameaças ao coordenador do ônibus, como se ele estivesse certo em nos deixar esperando por uma hora e meia”, relata.

Uma terceira reclamação também foi feita, dessa vez por parte de um munícipe. Ele reclama que os ônibus estão estacionados  no bairro Jardim Europa, muitas das vezes na rua, o que acaba atrapalhando o trânsito e as garagens das casas. “Na sexta-feira passada, cheguei em casa e tinha um de frente com meu portão, dificultando a entrada e saída da garagem, sendo que eles tem um terreno para estacionar”, comentou.

Na quinta-feira, o secretário de Educação e Vice-Prefeito de Santa Cruz, anunciou em entrevista à rádio Difusora  que havia realizado uma reunião com o representante da empresa Scatur, e representantes do transporte e educação da Prefeitura, tudo registrado em Ata. “Todos esses itens foram passados, inclusive anotados em Ata (...) Está tudo registrado em ata, tudo o que foi falado, tudo o que foi reclamado, tudo o que foi exigido”, diz em determinado momento da entrevista. Ao solicitar acesso a esse documento, o mesmo informou ao Atual que a Ata era interna da Prefeitura. 

Ao entrar em contato com um representante da empresa, identificado como Marcos, ele se mostrou esguio para responder os questionamentos apontados pelo Atual citados na matéria. Por ser feriado em Tietê, local sede da empresa, o mesmo afirma que não pode responder sem o aval do jurídico, que não está trabalhando, mas que alguns dos questionamentos foram trazidos pela Prefeitura.

Sobre uma resposta para a população, Marcos afirma que não sabe informar nada. Ao ser questionado sobre a situação dos ônibus estacionados na rua, ele disse que não havia sido informado do problema. Ele também não sabia dizer onde a garagem estava localizada em Santa Cruz.