Câncer pode ser motivo para superação
Fran & Du Fotografia

A notícia de um câncer é assustadora para muitas pessoas e seus familiares. No entanto, como reagir a notícia pode ser essencial para o próprio tratamento. Encarar a doença de frente pode ajudar a superar. O Atual conversou com santa-cruzenses que tiveram ou estão lutando contra esta doença sobre o que mudou em suas vidas após o diagnóstico.
Helena Machado, 19, revelou que quando recebeu a notícia de seu linfoma sentiu um espanto. “Eu quase nunca ficava doente, pensava que por prezar sempre em ter uma alimentação saudável estaria tudo certo em meu corpo, mas o câncer estava lá”, diz.
A jovem afirma que decidiu não ficar lamentando a notícia. “Esta doença afeta o psicológico, e eu pensava comigo mesma ‘não vou deixar isso me matar’. Sou muito religiosa e isso foi a minha luz. Foi então que decidi falar com as pessoas sobre meu câncer, ser aberta ao público, tirar esse tabu de que câncer mata, câncer não mata! Você só precisa aceitar que está com isso e olhar para frente, encarar os desafios”, afirma.
Ela resolveu focar seu olhar na melhor parte de estar doente. “Minha família, meu namorado, meus amigos, todos me acolhendo muito bem, trazendo mensagens positivas e motivadoras, conheci tantas pessoas maravilhosas durante esse período que vou guardar um carinho eterno, participei de ensaios fotográficos, para mostrar as pessoas de que o cabelo não é o que nos faz ficar mais bonito, mas o que você é, o que você tem para mostrar as outras pessoas, o que você fala, e também para incentivar outras meninas que passam por isso”, revela.
Com o tratamento finalizado, Helena conta ter aprendido que o câncer não é uma sentença de morte. “Vivo com mais amor pelos outros, aprecio cada momento da minha vida com muita gratidão, tenho mais ânimo para realizar outras atividades da minha vida, me sinto muito forte, posso vencer problemas que antes eram tão grandes e que tornaram tão pequenos em minha vida, realmente eu nasci de novo!”, garante.
“Meu namorado foi minha fortaleza, ele me animou todos os dias de sacrifício, choramos juntos mas rimos muito mais! Lembro como se fosse ontem, quando meu cabelo começou a cair, ele olhou bem para mim para ver se eu ia chorar, mas não conseguia porque ele sempre fazia uma gracinha, ou dizia que eu era linda de qualquer jeito. Eu não teria passado por essa fase de forma tão tranquila se não fosse ele”, relata.
Professora aposentada e advogada, Denise Cardoso, 57, passou por um câncer de mama entre 2015 e 2017, quando ainda cursava a faculdade de direito. “Sempre fui muito pé no chão e encarei o problema de frente. Recebi a notícia e continuei a vida normalmente. Não faltei da faculdade mesmo depois de ter começado as quimioterapias. O apoio das filhas e da família também foi fundamental”, conta.
Além de perder os cabelos durante o tratamento, Denise teve que fazer a mastectomia total de uma das mamas. “Não tenho problema em me olhar no espelho ou tomar banho, estou bem resolvida com meu corpo. Enfrentei o câncer com pensamento positivo. A preocupação é frequente, tem que sempre fazer exames para acompanhar. Faço tudo o que o médico manda e acredito muito em Deus”, afirma.
Denise relata que a família sempre foi unida, mas o câncer os aproximou ainda mais. “O apoio é fundamental. Minhas filhas e irmãs e todos os outros familiares tiveram um peso muito grande na minha recuperação. A faculdade também ajudou, pois me preenchia bastante. Assim que terminei as químios já tive que estudar para a prova da OAB. O estudo e minhas filhas me ajudaram”, conta.