Calor + Pets: combinação requer cuidados redobrados dos tutores
Com o clima cada vez mais quente, as fortes ondas de calor podem acabar gerando inúmeros problemas na saúde dos animais. Segundo a veterinária Rafaela Zílio esses malefícios vão desde sintomas como queimaduras, problemas oftálmicos e respiratórios, aumento da pressão sanguínea e da temperatura corporal, até problemas que necessitem de intervenção médica, podendo levar o animal a óbito. “Nos casos mais graves, o aumento da temperatura corporal por hipertermia leva o animal a desidratação, confusão mental, falta de ar, língua e mucosas arroxeadas e até perda da consciência, além de colapso respiratório nas raças braquicefálicas”, explica.
Mas como saber se os pets estão com calor? Sobre os cães, ela esclarece que eles costumam ficar inquietos, não encontrando um local confortável e podendo até vocalizar na angústia de sair daquela situação. “Bebem água a toda hora ou às vezes tentam entrar no bebedouro de água e acabam derrubando toda água no chão e deitando em cima. Não se alimentam direito e a urina diminui a quantidade , ficando mais concentrada”. Outros sintomas envolvem a ofegação, quando os animais respiram com a boca aberta, causando a secura do local ou salivação excessiva. “Isso ocorre pois eles não possuem glândulas sudoríparas no corpo, e por tanto, fazem a troca de calor com o ambiente através da respiração”.
Já os gatos com calor se lambem, limpando-se com mais frequência na tentativa de se refrescar. “Ficam mais lentos, se mostram desanimados, ficam deitados a maior parte do tempo e acabam não levantando para beber água ou se alimentar. A respiração fica mais rápida e em casos mais extremos podem respirar com a boca aberta”, complementa Rafaela.
A veterinária explica que cuidados extras em épocas de alta temperatura são simples, e em caso de dúvida, utilizar o bom senso vai fazer com que o tutor acerte. “Nesses dias, a primeira coisa é não passear com seu animal nas horas mais quentes do dia, principalmente se for andar no asfalto. Isso vale para atividades físicas também, como brincadeiras ou esportes com seu amigão - prefira bem de manhã ou à noitinha”.
Além de deixar os animais em locais ventilados e com sombra fresca, é preciso evitar garagens que fiquem de frente para a rua, já que além de não ter uma ventilação adequada, o calor que sobe do asfalto associado ao calor do sol, elevam a temperatura ambiente em vários graus, podendo levar o animal ao aumento de temperatura corporal, a hipertermia. Acesso a ventiladores e ares-condicionados são bem vindos, mas Rafaela reforça que é necessário deixar o acesso livre do animal, para que eles possam sair caso sintam-se desconfortáveis.
“É importante lembrar que animais de raças braquicéfalas, com focinhos achatados, são muito mais sensíveis ao calor, já que não conseguem fazer a troca de calor adequadamente através da respiração e podem entrar em colapso respiratório. Então os cuidados para evitar aumento de temperatura corporal desses animais devem ser redobrados, assim como animais idosos, obesos ou de pelagem muito densa. Hoje em dia existem colchonetes térmicos, com estrutura interna em gel, que você pode oferecer para esses animais e ajudam muito no resfriamento corporal”, finaliza.