Barca de brigadeiros é nova tendência em sobremesa

Mariana Pires

Os apaixonados por sushi e chocolate podem achar impossível conciliar as duas coisas, até mesmo por questões gastronômicas. Mas se engana quem pensa que o brigadeiro e a comida japonesa não podem conviver harmonicamente.

Quem já viu uma barca de brigadeiros sabe do que estamos falando. A ideia inovadora de compor vários sabores do doce em uma embalagem no formato da tradicional barca de sushi vem ganhando muitos adeptos – e consumidores. A economista Andréia Grotti, inspirada em publicações sobre a invenção culinária que via na rede social Facebook, decidiu trazer a ideia para Santa Cruz. “Assim que vi fotos da barca de brigadeiro na internet, decidi montar uma como teste e postei a foto na minha página. A partir de então, choveram pedidos”, ri.

Andréia conta que caiu no mundo gastronômico praticamente de paraquedas. Foi graças ao prazer que sentia montando as festas de aniversário dos filhos, que ela acabou descobrindo a paixão pela culinária. “Eu sempre gostei de fazer doces, tanto que eu mesma fazia os brigadeiros e beijinhos para as festas das minhas crianças. Depois que eles cresceram, decidi começar a fazer para fora. Passei a vender meus doces na Feira da Lua e no Coreto Encanto, e com isso, conquistei o público”, conta. Hoje, ela é dona da marca de brigadeiros gourmet “Colher de Pau”, que oferece desde os costumeiros ovos de páscoa de colher, até alguns produtos mais curiosos, como um refil de brigadeiro no formato de uma embalagem de pomada.

Ela lembra que no início, o grande público demorou um tempo para digerir a ideia do brigadeiro gourmet. “As pessoas partiam do pressuposto que brigadeiro elas poderiam fazer em casa”, conta. “Acredito que muita dessa resistência se deve pelas pessoas, principalmente em cidades do interior, ainda serem muito fechadas para o que é novo”, considera. “Mas, se você consegue conquistar esse público, você garante uma clientela fiel para o resto da vida”.

Apesar da crise, Andréia revela estar com mais encomendas esse ano em comparação a 2016. “Lógico que houve uma queda na margem de lucro, afinal, precisamos manter o preço para garantir a clientela, independente do aumento ou não do preço do chocolate. Mas, sinceramente não tenho o que reclamar, tanto que estou atolada de encomendas”, brinca.