Apaixonada por carros antigos, enfermeira coleciona três fuscas modificados

Diariamente, um fusca vermelho se destaca ao passear pelas ruas à volta da Escola Estadual Sinharinha Camarinha e da Avenida Carlos Rios. A dona da atração é Lisandra Oliveira Rodrigues, 43, enfermeira e professora, que, assim como o marido Elvis - mais conhecido como “Zóio” ou “Zóinho” - é apaixonada pela estética dos carros antigos.
A história de amor entre a admiradora e o tipo de automóvel começou cedo. “Até os doze anos, meu pai levava minha mãe para o trabalho de fusca e eu os acompanhava. Quando fazia frio, o motor traseiro esquentava e virava o nosso “bercinho”, confessa. As memórias afetivas permaneceram mesmo depois de adulta e, por isso, ela prometeu para si mesma que iria realizar o sonho de comprar um fusca assim que tivesse oportunidade.
O primeiro modelo foi adquirido em 2018, em uma negociação de Piraju, cidade onde Lisandra morou por 20 anos. Vermelho, conversível, original da marca Volkswagen e do ano de 1971. A professora admite ter aproveitado o carro por um tempo, mas logo surgiu a ideia de comprar um modelo de fusca preto e mais antigo. Para a alegria da motorista, um anúncio de Bauru condizia com as expectativas - assim, ela fechou negócio em 2021. “O “pretinho meia-meia” é de 1965. Não é original, mas tem detalhes cromados que deixam ele com uma estética vintage que adoro”, enfatiza. O último, que ela mais usa e obtido no ano seguinte, é um fusca vermelho e original de 1977.
A maior vantagem de ter um fusca, segundo a entrevistada, é a sensação de “voltar no tempo” e a singularidade do automóvel, que atrai olhares tanto de curiosos quanto de admiradores. Além disso, é uma economia para os bolsos - não há custos de IPVA. “Obviamente não é tão confortável quanto um carro moderno, mas onde o moderno vai, o fusca também chega”, adverte. Quando necessário, Lisandra modifica os carros e os adapta pelo efeito estético. “Gosto de rebaixá-los e mexer nas rodas, mas agora que são três, os gastos têm de ser distribuídos ”, conta.
Lisandra revela que entrou de vez no meio automobilístico quando um amigo, o Nivaldo, fundador de um dos encontros de carros antigos de Santa Cruz, a convidou para o encontro de Ourinhos. Lá ela conheceu o marido apelidado como Zóio. Segundo a fonte, Zóio e outros organizadores se desmembraram do encontro de Nivaldo e criaram um próprio, o “Old Car Santa Cruz”. Além disso, “os meninos” - como ela os chama - realizam um agrupamento aberto ao público toda quinta-feira à noite, no posto em frente ao Qualità Veículos, a fim de promover a discussão e a admiração pelos carros antigos. “Essa paixão em comum amplia o entretenimento da cidade e também deixa a gente mais feliz”, completa.