Animais também sofrem com ciúmes
Thaís Balielo

O ciúmes é normal nas relações humanas, mas também está presente entre os animais de estimação. Quando a família está esperando um bebê, o ciúmes pode ficar bem evidente no animal. O veterinário Guilherme Zaia explicou que o cachorro, apesar de não ser filho do ser humano, sofre ciúmes igual a um irmão mais velho à espera do irmão mais novo.
“Os cães sentem mais ciúmes do dono do que os gatos, pois estes são mais independentes e não sentem tanto a chegada de uma criança na casa. Os cães começam a perceber a chegada de uma nova criança antes mesmo da mulher saber que está grávida. Eles entendem mais a linguagem corporal do que nós mesmos, então a percepção da mudança de comportamento da mulher é notada primeiro pelos cachorros. Além da mudança hormonal que também é notada por eles”, revela.
Mais tarde, quando a rotina da casa também muda com a montagem do quartinho e outras preparações para o bebê, Guilherme explica que o ciúme tende a aumentar nessa fase. Fazer xixi ou cocô no quartinho e nas roupinhas do bebê pode acontecer com mais frequência. O comportamento do animal pode se tornar mais agressivo ou depressivo.
“Nessa fase é importante manter a calma com o animal e não repreender com muita agressividade esses comportamentos negativos, pois ele tende a associar essas agressões com a chegada do bebê e isso pode se tornar ainda pior futuramente”, afirma.
Guilherme aconselha a elogiar e acariciar o animal quando ele fizer algo positivo. Deixar o animal cheirar as roupinhas, carrinho, berço, passear pelo quarto e manter a mesma rotina anterior à chegada do bebê, quanto aos passeios, banho, brincadeiras e etc.
Outra dica do veterinário para acostumar o animal com a nova rotina, é passear com o carrinho de bebê pela casa, mesmo antes do nascimento, pois, assim o cachorro não terá tanta surpresa.
“Após o nascimento, é muito importante que o animal cheire o neném e faça um primeiro contato supervisionado pelo proprietário. Sem movimentos muito bruscos e sem muita repreensão. Não existe uma raça específica que sente mais ou menos ciúmes, isso muda conforme o temperamento e o tratamento do dono com relação ao animal”, diz.
Guilherme teve essa experiência com a chegada de seu filho. Seu cachorro pinscher chamado Esqueleto tinha 4 anos quando sua esposa estava grávida. “Ele sentia ciúmes da própria barriga. Não me deixava chegar perto da barriga dela e sempre que sentávamos no sofá ele vinha e deitava em cima da barriga. Quando o Bernardo nasceu, o ciúme continuou, mas de uma forma diferente, ele ficou agressivo com relação ao Bernardo, porque além da chegada de um novo bebê também adotamos um gato, o Domingos”, conta.
O veterinário afirma que foram necessários alguns meses de adaptação e hoje todo mundo vive em perfeita harmonia, inclusive o Esqueleto e o Domingos.