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Santa Cruz já foi “Joia da Sorocabana”, mas perdeu importância

Publicada dia 19/01/2022 às 10:22:24

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No dia 20 de janeiro se comemora 152 anos de Santa Cruz do Rio Pardo. A cidade possui uma história rica com períodos de prosperidade e de grande importância política. Esses tempos mudaram, mas a cidade segue buscando seu lugar de destaque.

O pesquisador e historiador Celso Prado lembra que, em 1902, Santa Cruz era progressista e se imaginava uma nova Ribeirão Preto. Desde o início das obras da estrada de ferro Sorocabana existia um projeto que os trilhos passariam por Santa Cruz, uma série de modificações no projeto e problemas financeiros da empresa acabaram tirando Santa Cruz do trajeto.

A população ainda havia ficado esperançosa pela chegada do trem, pois sabiam do progresso que eles já haviam levado à Botucatu. Segundo informações levantadas por Prado, em 1906 o leito ferroviário chegou à Manduri para seguir em direção ao distrito de Bernardino de Campos, já com a realidade que o tronco Sorocabano - ou Tibagi não passaria por Santa Cruz. Com isso, a Câmara Municipal propôs a construção de um ramal, por conta da municipalidade, a partir de Bernardino de Campos.

A ideia era que o investimento de grande monte seria compensado com a construção da Ferrovia do Peixe (que estava em fase de projeto) que seria muito importante para Santa Cruz e traria muitos recursos. Em 1908 a 'Ferrovia Tibagi' chegou a Bernardino de Campos com ramal para Santa Cruz do Rio Pardo.

Como a Ferrovia do Peixe nunca saiu do papel, Santa Cruz se viu atolada em dívidas e sem dinheiro, inclusive, para obras estruturais de saneamento. Mesmo com estes problemas financeiros ainda ficou conhecida como ‘A Joia da Sorocabana’.

A novela da dívida da cidade por conta da construção do ramal foi longa. Quando começou a se falar em fechar o ramal Sodrélia e Santa Cruz, o prefeito Onofre Rosa tentou provar que a medida seria muito prejudicial à cidade, mas seu esforço foi em vão e no dia 27 de outubro de 1966 foram declaradas fechadas ao tráfego as estações de Sodrélia e Santa Cruz.

Prado pondera que muito se discutiu sobre a exclusão de Santa Cruz como tronco ou inicial de uma ferrovia, e até se divulgou que a ferrovia não passou por Santa Cruz do Rio Pardo por decisão do coronel Antônio Evangelista da Silva - o Tonico Lista, informação que considera improcedente.

“A melhor especulação informava que o projeto original Tibagi desviou-se da rota das localidades mais antigas, à exceções de Avaré [Rio Novo] e Cerqueira Cesar, para originar novos povoados a cada parada do trecho, para melhor povoar e integrar o sertão”, aponta.