Referência de estilo, dreads vêm fazendo a cabeça das mulheres
Carol Leme

Apesar de existirem desde Antes de Cristo, os dreadlocks ficaram amplamente conhecidos nos anos 1930, com a utilização das tribos rastafáris e por hindus, e, depois do ícone Bob Marley, se popularizou ainda mais entre os fãs do gênero musical. No entanto, nos últimos anos, ao dreads viraram uma tendência e referência de estilo e fica mais comum ver homens, mulheres e até crianças exibindo-os por aí.
A tatuadora e dread maker Gleicy Kelly explica que a popularização de outras técnicas que não a cera para unir os fios, acabou fazendo com que mais gente optasse pela mudança radical, já que, sem o ingrediente, pode-se recuperar os fios depois dos dreads. “O método com cera não é o mais indicado, pois danifica muito o cabelo e o deixa rígido. Além disso, secá-lo é ainda mais difícil e pode fazer com que se desenvolva bactérias e fungos, apodrecendo por dentro”, esclarece.
Segundo Gleicy, os tipos mais utilizados atualmente são os realizados somente com o cabelo, de lã e com aplique de cabelo natural ou sintético. Eles são feitos mecha a mecha, com auxílio de uma agulha de crochê, formando uma espécie de “embaraçamento” dos fios para fazer a forma do dread. “Pode ser feito em qualquer tamanho, volume e tipo de cabelo, e, se a pessoa quiser mais cumprido que os fios naturais, pode utilizar-se de cabelo natural ou sintético, optando por fazer somente um dread, parte do cabelo ou em todos os fios”, explica. O processo para um cabelo inteiro pode levar até dois dias.
Depois de prontos, os dreads exigem paciência e alguns processos para mantê-los de maneira correta e segura. Após o processo para fazê-los, a profissional explica que é necessário ficar entre dois a três meses sem lavá-los e depois, lavar somente uma ou duas vezes por semana, sempre com shampoo antirresíduos e sem a utilização de condicionadores, que podem estragar a forma dos dreads. “Depois tem que secar os cabelos de um modo geral e um a um, eliminando toda a umidade”, detalha. O segredo para mantê-los bonitos é lavá-los o menos possível e mantê-los por bastante tempo, pois conforme os anos passam, eles vão aderindo à forma e estilo da pessoa. “Mas também é preciso fazer manutenção a cada seis meses, para fazer a raiz e ir arrumando”, completou.
O de lã é colocado junto com o cabelo e exige também poucas lavagens, mas deve ser retirado em três meses, sendo indicado para quem quer uma mudança menos radical. Depois de escolhida a forma e a quantidade de dreads, a criatividade pode rolar solta e eles podem ser utilizados de diversas formas, soltos, presos, em coque ou com mechas soltas.
Para tirá-los, Gleicy explica que é preciso ter paciência e auxílio de um dreadmaker, sendo necessário muito creme condicionador e um pente fino para ir desembaraçando os fios desde as pontas. “Este processo pode quebrar um pouco o cabelo, então é necessário ter cuidado e investir em boas hidratações nas semanas seguintes”, completa.
A balconista Adrieli Gomes, 20, decidiu fazer na última quinta-feira, 15, dois dreads de lã na cor azul para acrescentar ao estilo sem precisar mudar a cor dos fios. “Eu já queria fazer há tempos e agora vou começar por baixo do cabelo, se gostar pretendo fazer mais ou fazer somente com os próprios fios”, declara.