Jornal Atual
< Voltar

Mulheres são a maioria em mercado de jogos virtuais

Publicada dia 22/08/2022 às 11:54:17

mulheres-sao-a-maioria-em-mercado-de-jogos-virtuais


A liberdade, fantasia e as infinitas possibilidades são parte das coisas que mais chamam atenção quando se trata dos universos dos games. Essas características fascinam milhões de pessoas, independente do gênero ou idade. Para muitos, são experiências consideradas prazerosas e sinônimo de lazer. Já para outros, é um ambiente de alerta e cautela.

Não é novidade que o mundo dos jogos eletrônicos é e sempre foi visto como algo majoritariamente masculino. Pesquisas recentes mostram, porém, que isso está cada vez mais contrário. Dados divulgados recentemente pela Pesquisa Game Brasil (PGB) mostram que as mulheres representam 51% do total de consumidores no mercado.

Mesmo assim, o público feminino é quase nunca representado e por ora ignorado pela grande mídia e companhias de jogos, nunca sendo protagonista de seus interesses. As mulheres, então, acabam por ficarem “escondidas” no mundo virtual por trás de avatares, usuários e nomes que não revelam sua verdadeira identidade. O motivo são altos níveis de discriminação, machismo e o assédio que permeiam no mundo dos jogos.

A estudante Ana Beatriz Seixas tem 18 anos é um exemplo da presença da forte presença feminina nesses ambientes. Seu interesse pelos jogos começou em 2020, no início da pandemia, quando ela havia acabado de ganhar um computador. Por incentivo dos amigos, resolveu baixar League of Legends (LOL), jogo popular entre os jovens, e desde então gostou muito não parou mais.

Ela já sentiu na pele o preconceito que existe dentro dos jogos por ser mulher. Quando começou, seu apelido era seu nome completo, e por conta disso já ouvia comentários dentro das partidas. “Eu percebi que os meninos falavam: não acredito que eu vou ter que jogar com uma mulher no jogo”, conta. “Teve outra vez que o cara começou a me assediar no jogo. Eu fiquei muito abismada, porque dessa vez foi bem pesado”. Na época, como medida de proteção, resolver mudar o apelido. “Depois disso mudei meu nome apenas para Seixas, para não distinguir se era masculino ou feminino”.

Atualmente Ana Beatriz voltou a assumir a identidade no jogo e resolveu não se esconder mais por conta disso. “Tenho muitas amizades femininas no jogo. É muito difícil achar uma mulher e quando eu acho eu quero fazer amizade, porque elas entendem o que a gente passa”, relata.

Aos que também querem entrar no mundo dos jogos, ela deixa uma dica: não se importar com que as pessoas falam no jogo e se divirta: “Eu adoro jogar LOL mesmo com esses problemas, é um jogo muito legal em si”.

Sobre o uso do apelido, ela diz que a própria mulher deve decidir se quer divulgar ou não: “Coloca só se você sentir totalmente segura sobre o seu nome, e se você se sente segura com o nome feminino no meio de um jogo tão machista”.