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MP denuncia Sueli Feitosa e família por desvios

Publicada dia 27/03/2020 às 16:39:57

Ilustração

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Diego Singolani


A promotora Paula Bond Peixoto encaminhou à Justiça nesta quinta-feira, 26, a denúncia contra a ex-tesoureira Sueli de Fátima Feitosa e sua família por participação no esquema que desviou cerca de R$ 11 milhões de reais dos cofres da prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo. O escândalo foi revelado no final 2016 e, desde então, a Polícia Civil atua nas investigações. Caso o juiz aceite a íntegra da denúncia, Sueli e seus familiares passam à condição de réus e responderão pelos crimes de peculato, associação criminosa e enriquecimento ilícito.

A denúncia do Ministério Público é referente ao inquérito que investigou a ex-tesoureira, sua mãe, Maria da Conceição Pereira Feitosa, suas irmãs, Camila Pereira do Sacramento de Sousa, Silvia Regina Feitosa e Aparecida de Fátima Feitosa Moura, e seus cunhados, Adilson Gomes de Souza e Pedro Donizeti Moura. As diligências apontaram que os familiares de Sueli Feitosa também se beneficiaram do dinheiro desviado. Casas, terrenos, carros e uma chácara foram adquiridos com recursos provenientes do rombo. Os bens da família estão sequestrados pela Justiça. O juiz Pedro de Castro e Sousa é quem irá analisar a denúncia da promotoria. Por conta da quarentena do novo coronavírus, os prazos no Fórum foram suspensos, mas os trabalhos continuam.

De acordo com a perícia contábil contratada pela Prefeitura, o esquema operado pela ex-tesoureira foi responsável por um desfalque de cerca de R$ 11 milhões em valores atualizados - R$ 3,7 milhões, em números da época.

Os desvios, de acordo com a própria Sueli Feitosa, começaram durante o governo do ex-prefeito Adilson Mira e seguiram nas gestões de Maura Macieirinha e Otacílio Parras Assis. Em dezembro de 2016, ao tentar movimentar valores entre contas bancárias da Administração, Sueli foi descoberta e o caso trazido a público pelo prefeito Otacílio em uma coletiva de imprensa. Após ficar foragida por três meses, Sueli se entregou à Polícia. Ela chegou a ser presa preventivamente, assim como sua mãe, Maria da Conceição Pereira Feitosa, e seu cunhado, Adilson Gomes de Souza, o “Maisena”, por obstrução da Justiça. Todos foram colocados em liberdade.

Durante o período em que esteve presa, Sueli Feitosa, por meio de seu advogado Luiz Henrique Mitsunaga, divulgou uma carta chamada de “delação pública”, na qual denunciava a participação de outros agentes políticos no escândalo, como o ex-secretário Ricardo Moral e o ex-presidente da Codesan Cláudio Gimenez. Ambos negam qualquer envolvimento e, até onde se sabe, a ré confessa não teria apresentado provas materiais daquilo que relatou. Para dar celeridade às investigações, a Polícia separou o caso em alguns inquéritos. A apuração de eventuais “parceiros” no crime ainda continua, transcorrendo de maneira apartada e sob segredo de Justiça, como todo o caso.