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Sexo sob efeito de drogas é combinação perigosa

Publicada dia 23/09/2021 às 15:34:34

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Nas décadas de 60 e 70, no período do woodstoock, se falava muito em ''sexo, drogas e rock'n roll'', uma prática bastante realizada pelos jovens da época. Atualmente o nome é conhecido como Chemsex, uma junção da palavra chemical (químico em inglês) e sex (sexo), já o rock’n roll não faz mais tanto parte da equação. O médico psiquiatra Eduardo Ursolino conversou com a reportagem sobre o tema.

“Podemos dizer que houve um aumento no consumo de substâncias no período atual, isso já está constatado por estudos, e essa é uma das grandes preocupações da ONU (Organização das Nações Unidas). Isso se deve ao fato do jovem de hoje ter menos limites estabelecidos que os de antigamente; os pais de hoje precisam trabalhar mais para ter uma melhor renda, e por isso estão menos presentes na criação dos filhos; e um terceiro fator que influencia é o fácil acesso à compra de drogas. Junto a esse aumento do consumo entre os jovens, vem a prática sexual sem uso de preservativos, e aumento do número de casos de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis)”, alerta.

Eduardo explica que a droga estimula a liberação de neurotransmissores, como dopamina, serotonina e noradrenalina que afloram o desejo sexual, tornando a relação mais intensa e prazerosa. Porém ele salienta que nem sempre isso pode acontecer, podendo haver uma disfunção sexual, principalmente quando a substância for consumida em excesso.

O médico relatou que um estudo britânico publicado no Journal of Sexual Medicine apontou que a substância mais usada durante o sexo é o álcool, em segundo lugar vem a maconha, em terceiro lugar o ecstasy, também conhecido entre os jovens como ‘'droga do amor’’, e em quarto lugar a cocaína.

“Todos aqueles que praticam uso de drogas correm o risco de ficarem dependentes, e o uso crônico da substância pode promover uma piora da ereção, queda no nível de testosterona, piora no desempenho sexual, dificuldades para atingir o orgasmo, ejaculação precoce ou tardia, entre outros possíveis danos. É muito comum os pacientes usuários de substância psicoativa relatarem uma diminuição da libido, principalmente àqueles que fazem uso de drogas mais potentes como o crack”, diz.

Questionado se a pessoa pode buscar a droga para ter mais prazer sexual e se tornar dependente químico, Ursolino explica que é difícil o indivíduo iniciar o uso da substância com o único propósito de ter relações sexuais. “Normalmente as pessoas que fazem uso para essa finalidade já são usuárias e já tem certa intimidade com a substância por já praticarem o uso recreativo dela”, afirma.