Roberto, o galo que trocou a panela pela amizade

O pedreiro José Genildo Rodrigues, de 47 anos, natural de Pernambuco e morador de Santa Cruz do Rio Pardo há sete anos, mantém um hábito incomum: a criação de um galo como animal de estimação. O animal, batizado de Roberto em homenagem ao irmão de Genildo, acompanha o dono há cerca de oito meses. Segundo ele, a história começou quando recebeu o frango em troca de ferramentas que havia emprestado. “O rapaz falou pra mim: leva esse franguinho aqui, você engorda ele depois você come e fica a troca da talhadeira e do martelo”, contou. Apesar da recomendação, Genildo decidiu não abater o animal. “Eu disse: isso aqui não vai morrer não. Aí eu trouxe pra casa”.
O vínculo entre dono e animal se fortaleceu com o tempo. O galo acompanha Genildo até mesmo em suas idas ao trabalho. “Ontem saí daqui (da obra) era sete e meia da noite. Vai no carro e entra no carro. Sozinho”, relatou. De acordo com ele, Roberto se adaptou à rotina da casa e até escolheu seus próprios lugares para dormir. “Se chegar lá e o poleiro dele não tiver na geladeira ou no colchão, ele não dorme. Vai pra cima da televisão e assiste televisão”.
Além de Roberto, Genildo começou a criar agora um outro frango mais jovem, que ainda não recebeu nome. Ele diz que os dois convivem bem e brinca sobre a relação: “É pai e filho agora”. Ao falar sobre a escolha do nome, o pedreiro explicou que foi uma forma de homenagear seu irmão, que também veio do nordeste do país. “Disse: nós já temos tanto Roberto no mundo, mas esse aqui vai ser mais um”.