Kimbala Baile leva protagonismo negro ao centro de Bauru no Dia da Consciência Negra
O Kimbala Baile reuniu entre 1.500 e 2.000 pessoas na rua Batista de Carvalho, no Centro de Bauru, no Dia da Consciência Negra. A celebração, realizada ao ar livre, contou com gastronomia de rua, feira de artesanato, estande para tranças gratuitas e apresentações de DJs e artistas negros. O evento teve apoio da vereadora Estela Almagro (PT), da Secretaria Municipal de Cultura e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda (Sedecon), além da parceria da Paschoalotto.
Segundo Cauã Augusto de Oliveira, gestor do Kimbala, o evento representa um marco dentro do trabalho que o coletivo desenvolve. “O Kimbala Baile acho que é a grande concretização de um sonho. A gente passou dois anos estudando muito sobre como executar eventos, sobre como organizar, como produzir, como comunicar, como documentar.” Ele afirma que a expansão do projeto envolve também a participação de voluntários: “Um dos processos mais legais está sendo ter pessoas de fora do Kimbala trabalhando com a gente e construindo uma coisa nova.”
Cauã reforça que a proposta central do evento é conectar pessoas negras e celebrar. “A nossa existência é a resistência.” Para ele, a realização no Centro de Bauru tem significado simbólico. “É muito simbólico tirar as pessoas negras da periferia e colocá-las no centro da cidade”, afirma, destacando que o coletivo atua para criar espaços destinados a esse público. O gestor ressalta que o evento busca alcançar públicos diversos: “A ideia é que o Kimbala Baile alcance pessoas que não conhecem o Kimbala, pessoas que têm interesse e nunca foram, e aquelas que já estão aqui.”
O dia 20 de novembro também foi apontado como essencial para o sentido da festa. “Acho que não tem data mais simbólica do que o Dia da Consciência Negra”, disse. Para Cauã, o Kimbala Baile funciona como um presente à comunidade: “É a celebração de tudo que já fizeram para a gente conseguir estar aqui e de tudo que a gente faz.”
