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Fez tatuagem e se arrependeu? Saiba como consertar o erro

Publicada dia 24/07/2017 às 14:24:13

Mariana Pires

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A crença de que a tatuagem é um processo irreversível ainda figura como um dos maiores motivos que impedem as pessoas de cederem às agulhas. No entanto, devido ao aperfeiçoamento de diversos métodos de remoção e cobertura, hoje é difícil ver alguém que ainda carregue algum arrependimento marcado no corpo.

Segundo o tatuador Wilhans Silva, o procedimento de cobertura é uma opção para aqueles que desejam mascarar um trabalho indesejado ou que não foi realizado como prometido. “O cover up é uma técnica difícil e que exige uma visão mais comprometida do tatuador como artista”, explica. “Devido a isso, muitos profissionais preferem não trabalhar com coberturas, porque além de mais difícil, o método demanda muito estudo”.

Para o tatuador realizar uma boa cobertura, é preciso antes aperfeiçoar o próprio traço, praticar técnicas de quebra de luz sob o desenho que será coberto e realizar até mesmo estudos de tinta óleo sobre tela, que servirão para ajudar a colorir a nova tatuagem sem dar a ela uma textura pesada. “Quando o pigmento é muito recente, realizar a cobertura tende a ser mais difícil, mas não impossível”, Wilhans esclarece. “No entanto, existem casos em que se recomenda esperar alguns meses ou até anos para realizar o cover up”. Isso acontece já que com o passar do tempo, o pigmento tende a se espalhar, facilitando a cobertura. “Uma tinta aplicada inadequadamente sob a pele pode causar o efeito de alto relevo, e também dificultar bastante a cobertura”, afirma.

Wilhans também esclarece que muitas vezes o motivo que leva as pessoas a buscarem uma cobertura não se limita apenas ao arrependimento gerado por uma tatuagem malfeita. “A necessidade do cover up também pode surgir de uma tatuagem bem-feita, mas que se esgotou na visão do indivíduo”.

Todo caminho tem volta

Caso a cobertura não seja uma opção, o indivíduo ainda tem a possibilidade de remover todo o desenho do corpo, por meio de lasers. “Antigamente, a remoção das tatuagens era realizada através da dermoabrasão, o temido lixamento, da eletrocoagulação ou até mesmo por cirurgia. Como era um procedimento que deixavam cicatrizes, muitas pessoas evitavam se possível”, explica a médica dermatologista Ana Lucia Beltrame Gaspar.  

A dermatologista afirma que atualmente esse processo é feito com o laser Q-switched de Ruby ou Nd-Yag, que atinge determinadas camadas da pele disparando uma grande quantidade de energia em pulsos extremamente rápidos. “O laser fragmenta o pigmento da tatuagem em pedacinhos muito pequenos que posteriormente serão reabsorvidos pela pele”, resume. O sucesso do procedimento varia de acordo com a idade da tatuagem. Desenhos mais antigos respondem melhor ao laser, já que com o tempo o pigmento se desprende da pele naturalmente. 

O tempo de cicatrização varia de pessoa para pessoa, mas leva em média cerca de um mês, que é o intervalo entre uma sessão e outra. A quantidade de sessões também varia, dependendo do tamanho da tatuagem.

Ana Lucia também chama a atenção para a importância da higienização da pele pós a remoção da tatuagem para evitar infecções. “É recomendável usar pomadas cicatrizantes, hidratar a região após a queda das crostas e evitar rigorosamente a exposição solar, inclusive com o uso de filtros solares”, orienta.