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Falta de afiadores faz manicure encarar nova profissão

Publicada dia 18/05/2022 às 11:58:59

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Manicure há 20 anos, Valéria Frasson vinha tendo problemas com a afiação de seus alicates. Cansada de não encontrar bons profissionais ou querendo reduzir os custos, ela resolveu procurar um curso na área. Agora ela é manicure e também oferece o serviço de afiação.

“Pela falta de profissionais eu estava mandando meus alicates para Ourinhos e mesmo assim não estava contente com os custos. Tenho de 20 a 30 alicates e só nisso já era mais de 200 reais com afiação”, diz.

Valéria revelou que o curso é bem complexo e que são necessárias diversas etapas e ainda analisar diversos aspectos do alicate para afiar. “Não é apenas pegar uma lima e passar no alicate. São diversas máquinas, para limpeza, para desbaste, para afiação e ainda para polimento do alicate”, argumenta.

A manicure acostumada em uma profissão tipicamente feminina, se viu então em um mundo mais masculino. “Quando conheci a escola do afiador soube que diversas mulheres foram fazer o curso já, mas ainda não chega a 10% do número de alunos homens. Um dos motivos acredito, que seja a máquina de esmeril que solta faísca e que muitas tem medo de mexer”, diz.

Sobre a dificuldade para aprender e conseguir entregar um serviço de qualidade, como os que ela estava buscando, Valéria acredita que o fato de também ser manicure facilite o processo. “Já sei como que eu gosto do alicate e o que é preciso fazer para a ferramenta de trabalho fique adequada para cuidar das mãos e pés dos clientes. Vários lugares da região os afiadores acabam com a cabeça do alicate, porém o que as manicures mais precisam é alicate com a cabeça grande e ponta fina. Eles deixam a cabeça pequena e isso atrapalha para tirar cutícula”, pondera.

Além da forma de afiar sem desgastar a ponta da ferramenta, Valéria explicou que ainda tem a durabilidade da afiação. “Algumas afiações não aguentam muito. Apenas de colocar algumas vezes para esterilizar já acaba o corte. A afiação que eu faço tem uma durabilidade maior”, afirma.

Valéria revelou que o custo do maquinário e do curso é alto e deve demorar alguns anos para ter o retorno do valor total investido. “Ainda estou no começo, mas já sinto que muitas manicures estão procurando pelo serviço e estão ficando satisfeitas. Estou recebendo muito retorno positivo de todas as clientes, profissionais ou da população em geral. Estou satisfeita com o resultado”, garante.