Empresário cria mini cavalos retomando hobby da infância
Arquivo pessoal

Thaís Balielo
O empresário Rogério Ramalho cria mini cavalos e pôneis na Estância das Acácias em Santa Cruz do Rio Pardo. A criação de pôneis já foi feita no passado por seu pai e era sua diversão na infância e adolescência. Recentemente retomou a criação, e agora seus filhos participam da tradição da família.
Ele conta que tudo começou em 1992 quando seu pai passou criar pôneis. “Eu tinha 12 anos na época. Sempre gostei de acompanhar meu pai e tinha uma admiração por cavalos. Quando fui fazer faculdade não tive mais como acompanhar as criações e meu pai, também sem tempo, resolveu parar com a prática. Vendemos quase todos, mas ficamos com alguns”, relata.
Em 2020 com a pandemia e com mais tempo em casa resolveu voltar a essa atividade. “Com isso teve a parte emocional de retomar esta atividade e também a parte financeira de conseguir uma renda extra na pandemia. Agora meus filhos me acompanham, então o que aconteceu comigo lá atrás está acontecendo hoje. Eu vou para o rancho cuidar dos cavalinhos e eles vão comigo. Tudo começou aí”, conta. O filho Pedro tem 13 anos e Helena, 8.
Criação
Sobre a diferença de criar cavalos de grande porte e os pequenos, Rogério explica que é a mesma coisa. Eles requerem o mesmo manejo e cuidados. A grande diferença é comerem menos, por serem menores, reduzindo o custo de criação. “São animais rústicos como os de grande porte, dificilmente adoecem, são poucas as vacinas que precisam tomar. Necessitam de cuidados básicos como cuidar do casco, cortar os pelos da orelha, a crina. Não tem segredo nenhum. É uma criação bem fácil. Pode até ter um animal destes dentro de um quintal”, garante.
O criador explica que existe o pônei e o mini horse. Ele tem os dois tipos em sua propriedade. “Um grupo de criadores juntou pônei brasileiro com outras raças e criou o mini horse. É um animal menor que o pônei e com uma estrutura mais fina, menos robusto. Ele chega a 70 centímetros quando adulto”, revela.
A gestação de um mini cavalo ou do pônei dura 11 meses, nascendo apenas um filhote. Ele explica que é muito difícil nascer dois, geralmente não sobrevivem quando ocorre. “Eles são desmamados com seis meses. A partir da desmama já iniciamos o manejo. Colocando cabresto, fazendo casco, crina, escovando, dando banho. Assim ele já vai ficando manso apenas com essa manutenção. Para colocar sela e domar para montaria é a partir dos 2 anos”, relata.
Comércio
Rogério explicou que a criação dos cavalinhos é um hobby, mas que gera lucro. Uma das formas de ter lucro é através das exposições e competições de ranking nacional. Os animais são expostos por idade e categoria e os campeões das categorias ficam mais valorizados na hora da venda deles e de seus filhos. “Nas exposições apresentamos nossas criações e muitos negócios entre criadores acontecem. Criamos para nascerem cavalinhos e produzir qualidade. Eles são muito dóceis. Minha filha com 8 anos brinca com eles sem problemas”, afirma. Rogério já teve cavalo campeão em exposição nacional, em 2010. Mesmo antes de retomar a criação, ele tinha alguns animais.
O criador explica que existem três mercados para estes animais atualmente. O mercado criador que acontece nas exposições onde fazem negócio entre criadores e são animais mais caros. O mercado comercial, que é o cavalinho que a família compra para a criança andar no sítio, na chácara, para servir como lazer da criança. E um novo mercado que está surgindo muito forte é o pet.
“Vendi um cavalinho para uma pessoa de Itu. Comprou para deixar no quintal da casa dela no gramado da piscina como animal de estimação. Muitas pessoas que moram em condomínios e chácaras estão querendo estes animais como pet. O mini horse entrou para suprir esta demanda devido ao seu pequeno porte”, revela.
Apesar de ter retomado a criação no último ano, Rogério conta que já vendeu os animais para diversas regiões como Mato Grosso, Rondônia e chegou a enviar um lote no final do ano para o Paraguai. Ele possui cerca de 20 animais na Estância atualmente. Mantém no máximo 25 animais no local, por conta do espaço reduzido.