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Julho amarelo alertou para o perigo das hepatites

Publicada dia 02/08/2022 às 10:40:10

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A campanha “Julho Amarelo” foi instituída no Brasil em 2019 e tem por finalidade incentivar o diagnóstico de hepatites virais, principalmente B e C, e cumprir a meta de eliminar a doença até 2030, defendida pela Organização Mundial de Saúde.

Segundo dados divulgados, cerca de 1 milhão de pessoas morrem por ano no mundo em decorrência das hepatites virais, com 3 milhões de novos infectados ao ano.  No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas têm hepatites virais e que desconhecem ser portadoras desta doença, que é silenciosa e pode levar à cirrose e ao câncer de fígado. 

Juntas, as hepatites B e C respondem por cerca de 74% dos casos notificados de hepatites virais no país – sozinha, a hepatite C é responsável por mais de 76% das mortes das hepatites virais, no período de 2000 a 2018, segundo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2020.

O médico Paulo Marcato explicou que hepatites são todas as inflamações que afetam o tecido celular hepático. As causas podem ser virais, medicamentosas, por acúmulo gorduroso, abuso de álcool entre outras. “Em nosso meio as hepatites virais mais comuns são A, B e C. Nem sempre a doença apresenta sintomas, mas quando aparecem, estes se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, diz.

A transmissão da hepatite A é mais comum na infância, com boa evolução na maioria dos casos e cura. Sua transmissão é mais oral, através de alimentos não lavados. Existe vacina. A hepatite B já é uma forma mais grave, pois pode evoluir para óbito na forma aguda. Sua transmissão é mais comum através de secreções-sangue/sexo sem proteção/ ou da mãe para o filho no parto. Também existem vacinas para este tipo e testes rápidos para diagnóstico no SUS. Hepatite C é a forma mais grave e não há vacina. A transmissão é por secreção. Tanto a hepatite B quanto C podem desenvolver a forma crônica, de evolução silenciosa e onde, por muitas vezes, o diagnóstico tardio se apresenta como Cirrose Hepática ou Hepatocarcinoma.

A hepatite D só se instala e provoca danos caso o paciente já esteja infectado com a hepatite B. Quem se imuniza contra a hepatite B fica automaticamente protegido. A hepatite E é menos comum. Na maioria dos casos, manifesta-se em adultos jovens. Em crianças, a infecção é assintomática. Já em gestantes, apresenta maior gravidade — há risco de insuficiência hepática aguda, aborto e morte. A hepatite E é transmitida pela via fecal-oral, por transfusão de produtos sanguíneos infectados e da mãe para o feto.