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Dengue e doenças respiratórias estão lotando UPA e rede básica

Publicada dia 09/05/2022 às 11:03:19

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O atendimento na UPA e nas unidades de saúde da rede básica está sofrendo aumento de procura com casos de dengue e doenças respiratórias (incluindo Covid-19). O aumento na procura por atendimento tem aumentado as filas e a espera para passar pelo médico, gerando reclamações nas redes sociais.

A secretária de saúde, Anelise Leitão, confirmou que o número de atendimentos tem crescido bastante, mas que medidas estão sendo tomadas para aliviar a espera e também para conter a proliferação das doenças. “Está bem grande o número de atendimentos, mas estamos com três unidades atendendo das 7 às 19 horas e grande parte são atendimentos para dengue. Já paramos de fazer os exames para confirmar a doença, devido ao número de casos, já podemos diagnosticar com exames clínicos e laboratoriais. UPA, e Unidades de Saúde estão com bastante atendimento, e aos finais de semana o Posto de Saúde central tem atendido estes casos de dengue e respiratórios em geral”, relata.

Anelise alerta ainda que os pacientes que tiveram covid-19, agora estão tendo dengue de forma mais grave. Ficando mais debilitados. A enfermeira Ana Carolina Mariano, coordenadora da vigilância epidemiológica lembra ainda que o paciente de dengue não é atendido uma única vez. “Ele tem retornos periódicos para avaliação do hemograma e do estado geral. Além do atendimento recorrente todo dia entrando casos novos. Tudo isso sobrecarrega o sistema realmente”, diz.

Até o fechamento da edição, Santa Cruz estava com 215 casos positivos de dengue, 535 aguardando resultado do instituto Adolfo Lutz e 26 casos negativos. Já casos de Covid-19 nas ultimas 48 horas foram confirmados 29 casos, tendo um acúmulo de 71 casos ainda em transmissão.

Segundo dados da Secretaria de Saúde, na semana dos dias 25 a 30 de abril houve uma média de 225 atendimentos por dia na UPA, sendo 60% dos atendimentos relacionados à dengue e problemas respiratórios. Sendo que a média da UPA costuma ser de 150 atendimentos por dia de casos dos mais diversos tipos.

Neste mesmo período as unidades de saúde da rede básica atenderam 2.749 pessoas, sendo 648 relacionadas à dengue, 120 de sintomas respiratórios e 180 de suspeitos ou positivados de covid-19. Os outros atendimentos nas unidades de saúde são a maioria de rotina como o atendimento as gestantes, outras doenças, queixas de dores, etc.

Campanhas e conscientização buscam evitar proliferação do mosquito

A secretária de saúde Anelise Leitão explicou que o trabalho está sendo grande para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue. Esta semana a equipe de 40 agentes comunitários de saúde se juntou com a equipe de agentes de endemias para uma varredura na cidade.

“Os agentes de endemia estão fazendo as nebulizações nos locais mais atingidos. Os agentes comunitários estão fazendo uma varredura de casa em casa, fazem uma revisão no quintal junto do morador, colocam larvicída, elimina possíveis criadouros e fazem as orientações. Pessoal da coleta do lixo implementou ações, foram muitas toneladas de lixo recolhidas”, relata.

Anelise lembra ainda do trabalho de educação nas escolas, inclusive com enfermeiras que foram em algumas unidades escolares fazer palestras sobre o tema. “Temos trabalhado parcerias com outras secretarias como esporte, cultura, social, para ajudar em campanhas. Temos que trabalhar a conscientização e limpeza. Não existe vacina contra o vírus da dengue e o tempo quente faz o mosquito proliferar ainda mais, ele eclode mais rápido. Em vez de 10 dias ele já vira mosquito em cinco dias e passa a poder contaminar se picar uma pessoa doente”, explica.

A doença

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros.