Bronquiolite tem aumento de casos e preocupa
A chegada do outono exige cuidados adicionais dos pais com as crianças menores de 2 anos e, em especial, bebês prematuros, devido ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), doença sazonal responsável pela bronquiolite. A principal forma de contaminação da bronquiolite acontece por meio de secreções respiratórias e por contato, ou seja, crianças que passam o dia em locais fechados com outras pessoas, como creches e escolas, estão mais propensas à infecção. O retorno das atividades presenciais pode estar contribuindo para um aumento de casos, além dos fatores climáticos.
Pediatra e pneumologista, Glauber Cardim explica que a bronquiolite é mais comum no outono e inverno, mas que tem percebido um aumento de casos que pode ser atribuído ao retorno das crianças às atividades sem o distanciamento social. Ele conta que no último fim de semana havia três crianças internadas na Santa Casa com bronquiolite e uma com pneumonia.
“O bronquíolo é uma parte da via aérea, e ele inflamado faz um estreitamento da via aérea, assim a criança tem dificuldade de respirar, acumulo de secreção, e isso pode evoluir para pneumonia e casos de insuficiência respiratória, com a criança precisando de cateter de oxigênio e até intubação em casos mais graves”, cita.
Glauber lembra que não existe tratamento específico contra o vírus. “Tratamos os sintomas, febre, falta de ar, desconforto respiratório, tosse, nariz trancado, alguns casos a gente interna, até usa antibiótico por conta do risco de complicações secundárias como a pneumonia”, relata.
Sobre como evitar, o médico salienta que não há uma medida totalmente eficaz para evitar a bronquiolite, mas o ideal nesta época seria evitar ambientes muito fechados, aglomeração, e manter o nariz da criança desobstruído. “O nariz funciona como um filtro, aquece e umidifica o ar. É simples e importante usar sempre soro fisiológico ou na forma de gotas ou de spray para manter o nariz desobstruído. Evita não apenas a bronquiolite, como a maioria das infecções respiratórias, já que o nariz tem conexão com ouvido, garganta, e seios da face”, argumenta.
Glauber alertou que crianças com histórico de doenças respiratórias aumenta a predisposição, além de crianças prematuras que nascem com o pulmão não totalmente formado, ou com outras doenças como cardiopatia.