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Violência contra mulher é pauta no mês de agosto

Publicada dia 29/08/2022 às 10:30:56

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Nas últimas semanas, a série brasileira da Netflix “Bom Dia, Verônica” estreou a sua segunda temporada. A trama conta a história de Verônica, uma escrivã policial da delegacia de homicídios que após a morte de uma mulher, resolve ir atrás de justiça e acaba descobrindo um gigante esquema de crimes sexuais e tráficos de pessoas. Ela é baseada no livro policial escrito por Ilana Casoy e Raphael Montes.

O seriado trata de temas sensíveis como violência doméstica, feminicídio e abuso sexual. Ela ficou durante semanas no Top 10 séries de língua não inglesa na plataforma de streaming mundial. Segundo o próprio autor, ele considera a história como “uma série para a sociedade” já que o problema do machismo seria de todos, e se declara feliz sobre como a trama atinge diversas pessoas, e não apenas mulheres. 

Exemplos como esses mostram que o tema de violência contra a mulher está se tonando cada vez menos um tabu, comparado com décadas anteriores. Campanhas como a do “Agosto Lilás”, trazem a conscientização pelo fim da violência contra mulher, e faz referência ao aniversário da Lei Maria da Penha, que em 07 de agosto de 2022 completou 16 anos.

Apesar de todos esses avanços das conquistas pelos direitos a segurança da mulher, ainda há muito para ser alcançado. No contexto da pandemia de Covid-19, por exemplo, a violência não diminuiu. Segundo dados de um relatório levantado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em junho de 2021, 17 milhões de mulheres brasileiras acima de 16 anos afirmam terem sofrido violência física, psicológica ou sexual nos últimos 12 meses anteriores a pesquisa. O Brasil chegou a ocupar também a quinta posição no ranking de países do mundo com maior número de casos de violência de gênero, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Dados levantados pelo Atual, sobre o primeiro semestre de 2021 em Santa Cruz do Rio Pardo, revelam um total de 53 boletins de ocorrência registrados relacionado a violência doméstica, com um total de 58 vítimas. Na cidade, os meses com mais casos foram janeiro com 14, e maio com 11. Fevereiro segue com 9, Junho com 7, e Março e Abril com 6 em cada.

56,6% das ocorrências aconteceram entre sexta, sábado e domingo, enquanto o resto da porcentagem ficou para os outros dias da semana. 25 boletins foram registrados no mesmo dia em que aconteceu a ocorrência, 20 entre 1 a 4 dias após, 7 de 5 a 30 dias e 1 boletim foi registrado mais um mês após a violência.

As naturezas jurídicas das ocorrências mais registradas foram Ameaça, Lesão Corporal e Injúria, respectivamente. No primeiro semestre de 2021, foi denunciado um crime de estupro. A maioria dos crimes aconteceu na residência das vítimas, e o relacionamento com o agressor era algum tipo de união estável, casamento ou envolvimento amoroso, ou seja, foi realizado pelo próprio parceiro da vítima.

No mês de agosto, buscando a conscientização, a Prefeitura Municipal em parceria com a FASC promoveram durante os dias 22 a 26 de agosto todas de conversas nos grupos de mulheres e idosas com professoras da faculdade, que abordaram a Leia Maria da Penha.

Andreia Maia, uma das responsáveis sobre a iniciativa, diz que esse tipo de debate é de extrema importância o para a população. “É uma forma de conscientização e encorajamento para que elas não se sintam sozinhas e possam saber de seus direitos. Uma forma de proteção para que elas sintam apoiadas”, explica.

Os temas dos debates foram elaborados com relação a própria Lei Maria da Penha, garantindo os direitos das mulheres em relação a violência doméstica. “Não podemos nos calar! É preciso coragem e perder o medo para que estes dados diminuam”, conta. “Hoje as mulheres estão mais corajosas, acredito que os números aumentaram inclusive por isso. Mas este é o caminho ter coragem para pedir socorro”. Ainda, segundo Andreia, sempre existem ações de violência contra a mulher desenvolvidas pelo Cras e Creas durante o ano todo.