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Santa-cruzense participou de ultramaratona de 135 km

Publicada dia 10/02/2021 às 10:01:04

Arquivo pessoal

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Thaís Balielo


Aposentado como primeiro sargento do Corpo de Bombeiros, Gedeon da Silva Lisboa, 52, correu 135 quilômetros da ultramaratona BR135 no dia 14 de janeiro deste ano. Considerada a prova de corrida a pé mais difícil do Brasil, e uma das mais difíceis do mundo, com uma distância de 135 milhas (217 quilômetros) ou 135 quilômetros, em sua opção mais curta. A prova é realizada na Serra da Mantiqueira entre os estados de Minas Gerais e São Paulo.

Gedeon conta que após se aposentar parou de praticar atividades físicas e quando se viu acima do peso, com pressão e colesterol altos, começou a correr pequenas distâncias para melhorar sua saúde. Ele foi tomando gosto pelas corridas e participar de pequenas provas. Em 2019 participou de sua primeira ultramaratona, percorrendo 65 quilômetros. “Fui me interessando pelas provas de longa duração. Toda prova com mais de 42.195 metros é considerada ultramaratona. Estava me preparando para uma prova de 95 quilômetros que aconteceria em 2020, mas ela foi cancelada por conta da pandemia. Quando abriu inscrições para a BR135 resolvi tentar e segui com o preparo”, conta.

A preparação foi correr um total de 2.160 quilômetros de janeiro a dezembro de 2020. Sempre em estradas rurais do município. “Para essas corridas têm que estar bem treinado e bem focado. É uma prova que você inicia, passa a noite correndo e vai terminar apenas no outro. Peguei muito sol forte e muita chuva no caminho. É uma corrida de muita resistência. Tem que estar com seu psicológico muito bom”, afirma.

Haviam atletas de cinco países participando da prova. “Comia na maioria das vezes andando, comida alimentos com bastante carboidratos. Tivemos um intervalo para descanso, mas é pior porque o corpo demora mais para responder depois. Tive que parar duas vezes para cuidar das bolhas no pé. Atletas dos EUA me disseram que acharam a prova mais difícil que já fizeram. Leva o corpo ao extremo. A sensação é de superação total. Quando temos um objetivo, precisa ter foco e disciplina”, diz.

Gedeon participou na modalidade survivor (sobrevivente). Nesta modalidade é preciso levar toda a alimentação e hidratação na mochila. “Então sai muito pesado da largada. É uma corrida com uma altimetria muito alta, foram muitas subidas e descidas que deram um total de 3.800 metros de altimetria. Foram gastas 13.042 calorias neste percurso. O tempo líquido da prova foi de 24 horas e 19 minutos.

A largada foi na cidade de São João da Boa Vista (SP), seguiu para Águas da Prata (SP) percorrendo trechos do Caminho da Fé, indo para Serra dos Lima, Barra, Crisólia, Ouro Fino, Inconfidentes e Borda da Mata, onde os 135 km foram completados. Quem percorreu as 135 milhas foi até a cidade de Paraisópolis.

As bolhas apareceram no pé de Gedeon nos primeiros 15 quilômetros de prova. “Aí que foi preciso muito foco, pois ainda tinha 120 quilômetros pela frente”, conta. Ele completou a prova em 41º lugar.