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Construção civil teve crescimento durante pandemia

Publicada dia 30/12/2020 às 18:38:13

Pedro Figueira

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Thaís Balielo


Com a pandemia e a paralização de diversos setores da economia a situação ficou incerta para muita gente, no entanto, o setor da construção civil vem sentindo um crescimento nos últimos meses. Engenheiro civil e sócio do escritório Reng Construções, Roberval Godoy revela que tem sentido esse crescimento.

“No início ficamos preocupados e sem noção do que ia acontecer, fizemos algumas contenções e dispensas de funcionários, pois várias obras de fora da cidade foram paradas ou canceladas. Depois de dois meses do inicio da pandemia tudo voltou ao normal e as procuras por orçamento na cidade e região aumentaram, tivemos que recontratar para iniciar algumas obras importantes”, relata.

Roberval acredita que a liberação de recursos de FGTS e o auxilio governamental ajudaram e as pessoas ficaram mais em casa. “Com trabalhos home-office, as pessoas começaram a reparar nas necessidades de reformas, ou resolveram adaptar a casa para a necessidade do trabalho, com isso criou-se uma demanda grande de pequenas reformas e construções novas. Nossa empresa realizou obras grandes este ano em Santa Cruz, algumas para atender aumento de demanda de alguns setores de consumo de alimento”, revela.

Juntamente com o aumento da procura pelos serviços da construção civil, houve o aumento no preço dos materiais. “Subiu e subiu muito. Alguns itens estão em falta e só vão voltar a normalidade em março segundo as empresas de distribuição de materiais de construção. No início da pandemia todo setor produtivo parou e ficou uns 90 dias sem produzir ou produzindo reduzidamente, ninguém  sabia o que ia acontecer, as pessoas foram para casa, algumas continuaram recebendo, outas  receberam auxilio, tiveram novas ideias e necessidades de consumo, depois de três meses começaram a por as ideias em prática, iniciando novas obras e reformas. Então, a demanda aumentou e acabou com os estoques das distribuidoras. Como as indústrias não tinham estoque para repor e nem matéria prima para industrializar, então começou a faltar material de construção, consequentemente os preços aumentaram”, argumenta.

Roberval lembrou que algumas indústrias do setor param para manutenção e outras param no final de ano para férias coletivas, com isso, a expectativa é que tudo volte ao normal a partir do segundo trimestre do ano que vem.

Segundo os últimos dados disponibilizados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a soma das operações contratadas com recursos da caderneta (SBPE) para aquisição, construção, reforma e material de construção apresentou crescimento de 40% no acumulado entre janeiro e setembro de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo a marca de R$ 65,9 bilhões em financiamentos.

Uma das justificativas para o aumento da poupança do Brasileiro foi a redução de gastos por parte das famílias diante das restrições impostas pelas políticas públicas de combate à Covid-19. Elas acabaram por reduzir os gastos com viagens e consumo de bebidas e comida fora de casa.