Vinho aumenta romance em datas especiais

Thaís Balielo

Thaís Balielo

No dia dos namorados os casais costumam preparar algo especial, seja saindo para um passeio, um jantar romântico fora ou, agora com a pandemia, uma noite especial em casa. Em todos estes cenários sempre se imagina um vinho para acompanhar a data especial. A bebida é vinculada ao clima de romance há muito tempo. Promotor de Justiça aposentado e um apaixonado por vinhos (enófilo), Mauricio Azevedo Ferreira, 58, conversou com o Atual sobre vinho e romance.

Apesar de seu relacionamento com os vinhos já ultrapassar 30 anos, foi após uma viagem com a esposa a Europa que a curiosidade aumentou e ele se aprofundou no estudo da bebida. Hoje, ele é certificado nível três pela Wine & Spirit Education Trust (WSET), uma instituição inglesa presente em vários países, inclusive no Brasil. Maurício também está estudando para obter a Certificação da French Wine Scholar, uma especialização em vinhos da França. Atualmente ele ministra cursos e mantém um canal no YouTube, "Apaixonado por Vinhos”.

“Principalmente no vinho tinto temos a percepção de que o vermelho está ligado à sexualidade. O consumo do álcool é um vaso dilatador, e traz sensação de quentura, como é consumido de forma lenta vai trazendo uma desinibição, uma alegria e satisfação, liberando dopamina, então, em um consumo moderado, proporciona momentos agradáveis”, diz.

Sobre qual o vinho ideal para um jantar romântico, Maurício alega ser uma resposta difícil, pelas possibilidades de variações. “O alimento interfere no sabor do vinho e o vinho interfere na percepção do alimento. O ideal é que a combinação do vinho e alimento se dê de tal forma que ambos entrariam com o que tem de melhor e formassem um terceiro sabor. Mas no mínimo é preciso escolher uma combinação em que o vinho não seja prejudicado pelo sabor do alimento”, explica.

Para alimentos leves ou aperitivos como saladas e patês a sugestão seria os espumantes menos doces tipo brut. Um peixe também pede um espumante, ou mesmo um vinho branco leve. Um peixe mais encorpado já pede um branco que passou por madeira como um chardonnay, ou até um vinho rosé com peixes de sabor forte.

Partindo para as carnes vermelhas, Maurício explica que as mais leves como um filé mignon grelhado podem ser acompanhadas de um tinto pinot noir. Ele indica os chilenos que são mais acessíveis que os franceses. Uma picanha pode ser acompanhada de um malbec argentino ou cabernet sauvignon. Massa ao molho vermelho a sugestão é um vinho italiano da toscana. “As pizzas são de difícil harmonização em razão da variedade de ingredientes, evitar cabernet com pizza de muito queijo. Já o carmenere chileno vai bem com vários tipos de pizzas”, exemplificou.

Se tiver uma sobremesa não muito doce o melhor acompanhamento é um espumante moscatel. Maurício aconselhou ainda consumir o vinho na temperatura ideal que cada um pede, além de consumir moderadamente e não se esquecer de consumir água para ter um bom despertar no dia seguinte.