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Vitiligo ainda não tem cura, mas tratamentos são eficazes

Publicada dia 07/01/2019 às 12:25:24

Thaís Balielo

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O vitiligo é conhecido pela perda da coloração da pele, levando ao aparecimento de manchas brancas. A dermatologista Ana Lúcia Beltrame explicou que os melanócitos, que são as células responsáveis pela formação de melanina (substância que dá pigmentação à pele), diminuem ou não estão presentes nas áreas afetadas pela doença, por terem sido atacados pelo próprio sistema de defesa do organismo, o que enquadra a doença como sendo autoimune. A dermatologista explicou sobre a doença ao Atual.

Atual – É hereditário ou algo do meio pode fazer a doença aparecer?

Ana Lúcia – O vitiligo tem fator hereditário, pois cerca de 30% dos pacientes têm algum parente com a doença. Porém, é um processo autoimune e vários fatores externos podem desencadeá-lo ou agravá-lo, principalmente o stress e traumas emocionais.

A – Quais os primeiros sinais da doença?

A.L. – A doença se manifesta pelo aparecimento de manchas brancas na pele, bem delimitadas, de tamanhos variáveis, e geralmente simétricas, acometendo face (olhos e ao redor da boca), axilas, mãos, joelhos, pés e genital, mas pode atingir qualquer área do corpo, inclusive mucosas (boca e olhos) e os pelos (cabelos, cílios e barba), que também ficam brancos. O vitiligo também pode ser unilateral, ocorrendo apenas de um lado do corpo, ou focal, atingindo apenas uma região. São manchas assintomáticas, mas pode haver leve sensibilidade no local. Muito importante lembrar que o vitiligo não é contagioso, mas tem um importante impacto psicológico na vida do paciente.

A – Qual o tratamento?

A.L. – Apesar de o vitiligo ser uma doença que ainda não tem cura, atualmente existem resultados excelentes no tratamento da doença, que visa estabilizar o quadro, evitando o aparecimento de novas manchas, e também repigmentando as manchas já existentes. Existem medicamentos tópicos, como cremes à base de corticoides, imunomoduladores, derivados da vitamina D, para serem passados nas manchas, além da fototerapia, com exposição ao sol, ao ultravioleta B banda estreita ou ao ultravioleta A (PUVA), para estimular a pigmentação da pele. E também pode ser utilizado laser, técnicas cirúrgicas ou transplante de melanócitos.