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Técnicas prometem ajudar seu filho a superar traumas dormindo

Publicada dia 07/03/2017 às 10:21:40

Mariana Pires

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Sabia que falar com seu filho enquanto ele dorme pode dar mais resultados positivos do que você imagina? Pelo menos é o que diz duas técnicas comportamentais, o sleeptalk e a técnica de abordagem de traumas.

De acordo com Tatiane Menegazzo de Moraes, fisioterapeuta, a técnica do sleeptalk é motivacional e serve para fazer crianças desacreditarem em antigas crenças. “Dentro de um curso de pediatria que eu fiz, foi falado bastante do sleeptalk, principalmente para as alterações de comportamento. Então quando uma mãe que vem me procurar se queixando que seu filho anda com dificuldade de aprendizado, ou hiperatividade, eu acabo passando o sleeptalk como forma de ajudar, justamente por que aquele indivíduo tem uma parte do subconsciente que chamamos de crenças. Ou seja, criança foi condicionada a acreditar, por exemplo, que ela é agitada, que ela não é capaz”, explica.

A técnica foi criada há 35 anos por uma britânica e chegou ao Brasil há pelo menos dois anos. O sleeptalk é indicado fazer logo no início do sono, falando palavras positivas e encorajadoras, sempre motivando a criança. Tatiane conta que administra o sleeptalk junto com a técnica de abordagem de traumas. “Junto com o sleeptalk, fui apresentada a uma técnica alemã para trabalhar os traumas. Por exemplo, aquele bebê que chega chorando muito no consultório, quando você colhe a história gestacional da mãe, pode observar que muitos episódios que aconteceram durante a gestação contribuíram para esse comportamento. Às vezes a mãe teve medo de perder o bebê, ou passou por problemas com o marido, fases depressivas...”.

Essa técnica de abordagem de traumas é um pouco diferente do sleeptalk. Nela, se espera a criança dormir por um período maior antes de ir falar com ela. “O pai ou a mãe direciona a voz para o ouvido direito do filho e fala sobre o problema, mas depois corrige a informação, acalmando a criança com frases que transmitam segurança, como por exemplo, ‘hoje está tudo bem, hoje está seguro’ ou ‘nada vai acontecer com você’”, Tatiane demonstra.

Mas por que o ouvido direito? De acordo com uma série de estudos, informações ditas do lado direito são melhor assimiladas que do lado esquerdo, já que assim as informações são enviadas para o lado mais condescende do cérebro. Muito do que se escuta do direito, é processado do lado esquerdo do cérebro, responsável por incorporar a fala e a linguagem.

O sleeptalk tem ajudado muito no desempenho escolar das crianças, justamente pela técnica promover essa mudança de crença do indivíduo sobre ele mesmo. “É o momento do sono onde se atinge as ondas cerebrais do subconsciente que são capazes de promover essa mudança de crença”, Tatiane comenta. “A criança adquire muito mais autoconfiança, passa a ficar mais tranquila, e fora que ali ela recebe um carinho dos pais”.

Segundo a osteopata, as mudanças que os pais mais têm relatado envolvem uma diminuição na agitação e melhora no desempenho escolar dos filhos, melhora de alguns medos, como o de dormir sozinho, ou o de escuro e crianças mais desinibidas na sala de aula.

“O tempo de resultado depende muito da frequência com que os pais fazem a técnica e do problema da criança. Mas os resultados tem sido rápidos, os pais relatam mudanças de comportamento num curto espaço de tempo”, finaliza.

No entanto Tatiane adverte que o uso das técnicas é apenas complementar. “Dentro da osteopatia, o profissional olha o indivíduo como um todo, seja adulto ou seja criança. Desde uma dor, até uma disfunção, uma dificuldade para dormir, uma dificuldade para se concentrar. Então temos as técnicas fisiológicas mecânicas, onde a gente mexe no corpo da criança para ajustar alguns parâmetros que estão desregulados, gerando o sintoma ou a queixa e temos essas outras técnicas complementares. Ou seja, elas não são um tratamento”.