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Pesquisa aponta relação de cigarro e infertilidade

Publicada dia 06/05/2019 às 11:01:25

Thaís Balielo

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Apesar do alerta dos maços de cigarro sobre o risco de infertilidade, entre outros riscos, os fumantes ignoram. Vendedores de cigarro contam que alguns chegam a brincar com as imagens dos maços e pedem para trocar algumas que não gostam com frases do tipo: “me vê o que dá câncer que este de impotência eu não quero”.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Lund, na Suécia, mostrou que o pai fumante pode prejudicar a fertilidade de seus filhos homens.

O estudo mostrou que jovens que têm pai tabagista apresentaram 51% menos espermatozoides do que aqueles com pais não fumantes. É a primeira vez que se comprova essa relação, independentemente de a mãe ter consumido ou não cigarro durante a gestação.

No entanto, os estudos ainda não conseguem precisar o mecanismo que causa essa alteração da fertilidade em homens com pais fumantes. Cientistas já sabem que quando o homem é fumante pode haver um comprometimento da vascularização dos órgãos e tecidos periféricos, incluindo os testículos.

O especialista em reprodução humana, Paulo Gallo, explica que esse comprometimento acarreta uma pior oxigenação das células testiculares e, como consequência, pode ocorrer uma piora na produção dos espermatozoides, tanto em quantidade como em qualidade.

O estudo da universidade sueca foi realizado com 104 jovens com idades entre 17 e 20 anos. Homens com pais que fumavam tiveram uma concentração de espermatozoides 41% menor, além dos 51% menos espermatozoides do que aqueles com pais não fumantes.

Além de prejudicar a fertilidade do filho, o pai que fuma antes e durante a gestação pode fazer com que a mãe da criança se torne uma fumante passiva. Isto pode prejudicar o desenvolvimento da criança. Além disso, quando a mãe é fumante, há um aumento do risco de crescimento restrito no feto, fazendo com que a criança nasça com baixo peso.