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Novembro lembrou campanha sobre prematuridade

Publicada dia 02/12/2019 às 14:01:32

Thaís Balielo

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Novembro foi considerado o Mês Internacional de Sensibilização para a Prematuridade, e o objetivo foi alertar sobre o crescente número de partos prematuros e como preveni-lo e informar sobre as consequências do nascimento antecipado para o bebê, para sua família e para a sociedade. Em Santa Cruz do Rio Pardo, existe uma UTI neonatal que vem salvando a vida de muitos bebês prematuros desde 2007.

A pediatra Katia Isabel Bernardes Henares alertou que há um crescente aumento de partos prematuros por uma série de motivos. A gravidez na adolescência é um deles. O corpo de uma adolescente ainda não está bem formado e, às vezes, não consegue levar a gestação até o fim. A gravidez de gêmeos, por causa das fertilizações in vitro, é outra razão. E mães tendo filhos mais tarde. É cada vez mais comum mulheres que adiam a maternidade para se dedicar, primeiro, à carreira. Atualmente, cerca de 6% das gestações no Brasil terminam antes do tempo.

Kátia explica que um parto pode ocorrer de forma prematura quando a criança tem problemas de má-formação ou de infecções, adquiridas da mãe. Doenças na gestante, como hipertensão arterial, eclâmpsia, diabetes, infecção urinária, gestantes com placenta prévia, descolamento de placenta, entre outros problemas.

A pediatra relata que os problemas mais comuns aos bebês prematuros são os relacionados com a imaturidade dos órgãos. Ainda não estão formados totalmente os pulmões, intestino, rins, coração, sistema de defesas do corpo (imunológico). “Com isso, a criança não consegue, por exemplo, respirar sozinha ou mesmo sugar o leite. Tudo é feito com a ajuda de aparelhos. O bebê só vai para casa depois que estiver igual ou próximo de um recém-nascido não prematuro. O risco de adquirir infecções é alto devido à baixa imunidade”, alerta.

Para prevenir o parto prematuro, Kátia enfatizou a importância do pré-natal bem feito. “O médico obstetra irá detectar fatores durante a gestação que podem levar a um parto prematuro como hipertensão, pré-eclâmpsia, doenças como sífilis materna, infecção urinária, e incompetência istmo-cervical”, explica.

Santa Cruz

Graças ao trabalho da ONG Associação Infanto-Juvenil Maria Vitória, a Santa Casa de Misericórdia possui uma UTI neonatal desde 2007. Kátia, que é uma das fundadoras da ONG, relata que anualmente são doados aparelhos de última geração para a manutenção da UTI. Este ano a ONG doou um aparelho de gasometria novo e monitores.

“Temos uma equipe médica e de enfermagem excelente treinada e atualizada frequentemente com protocolos e rotinas atualizados. Com isto nossa cidade consegue ter um atendimento de excelência. Já foram atendidos nestes 12 anos, 1.168 recém-nascidos, sendo mais de 90% salvos”, afirma.

Após a alta hospitalar, Katia ainda mantém, pela Associação Maria Vitória, um ambulatório gratuito onde faz acompanhamentos destes recém-nascidos de alto risco dando sequência ao atendimento da UTI neonatal.