Mulheres estão engravidando cada vez mais tarde

Thaís Balielo

Desde que as mulheres decidiram entrar no mercado de trabalho e construir uma carreira antes de formar uma família, os filhos vêm nascendo cada vez mais tarde. E graças aos avanços da medicina reprodutiva, como a inseminação artificial e a fertilização in vitro, mesmo mulheres na menopausa, são capazes de ter filhos. Esse foi o caso, por exemplo, da auxiliar de enfermagem Ana Maria Portelo Moreira, de 61 anos, de Londrina, no Paraná, que deu à luz no final de outubro, ao seu primeiro filho. Na Índia, há casos de mulheres com mais de 70 anos que deram à luz.

O ginecologista e obstetra Gustavo Brasil Zacura alerta que a mulher precisa estar com uma boa saúde para engravidar tardiamente. “Os óvulos doados dá uma garantia que será um embrião saudável, porém não significa que a gestação será saudável. O risco para o bebê aumenta muito, pois a gestante pode evoluir para alto risco e trazer consequências graves tanto para mãe quanto bebê”, aponta.

Os riscos de um bebê prematuro, recém-nascido de baixo peso ou com problemas respiratórios existem, além dos riscos, para a mãe, como sangramento pós-parto, hipertensão e diabetes gestacional.

“Não existe uma idade para engravidar, pois a fertilidade de uma mulher para outra é muito variável. Hoje em dia as mulheres estão engravidando mais tarde devido principalmente a carreira. Porém, os riscos de uma gravidez após os 40 anos começam a avançar e aumentam gradativamente proporcional a idade”, argumenta.

Conforme a idade da mãe avança os riscos de feto com má formação genética, síndromes (Down é a mais comum) e prematuridade vão aumentando gradativamente. A pressão alta da mãe e diabetes gestacional também ocorrem mais frequentemente.

Quando a idade é avançada e é a primeira gravidez os riscos são ainda maiores. “Porém, tenho paciente de 46 anos primigesta no último mês de gestação sem problemas. Temos como evitar muitas complicações dessas gestantes no pré-natal mesmo com idade avançada. Um pré-natal bem elaborado e executado nessas pacientes evita muito o risco de prematuridade e complicações de pré-eclâmpsia. Podemos preparar o feto para um possível parto prematuro diminuindo muito as chances de complicações para o feto e para a mãe”, garante.

Gustavo argumenta que atualmente as mulheres após os 40 são muito saudáveis, sem vícios e praticam esportes. “Fazendo um acompanhamento correto de pré-natal terão filhos saudáveis. Mulheres, jamais pela idade deixem de realizar o sonho. É a dádiva de serem mães”, finaliza.