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Ginecologista alerta que trombofilia é doença silenciosa

Publicada dia 22/03/2019 às 13:01:49

Thaís Balielo

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A trombofilia é uma doença que pode atingir entre 20% e 30% da população. Ela se trata de uma predisposição para desenvolver trombose, causada por defeitos na coagulação do sangue que favorecem a formação de coágulos (trombos).

O médico ginecologista Gustavo Brasil Zacura alerta que esta doença é um problema entre as gestantes, pois leva a morte do feto. Ele explica que a doença possui um tratamento simples e seguro, mas a dificuldade é chegar ao diagnóstico antes de ocorrer o problema.

“O diagnóstico é difícil de fazer, porque só faz através de exames muito específicos ou uma má história clínica. É uma doença que não tem sintomas. O sintoma já é a má evolução do paciente. Numa gestante são abortos consecutivos e em uma paciente não gestante são casos de trombose, derrame e infarto agudo do miocárdio. A trombofilia precipita a coagulação. A placenta é um emaranhado de vasos sanguíneos e a trombose nestes vasos causa a morte do bebê”, explica.

Gustavo afirma que a trombofilia é de fácil tratamento e com sucesso total na gravidez. “É um pré-natal diferente, considerado gestante de alto risco. Temos muitas gestantes fazendo este tipo de pré-natal em Santa Cruz. É tudo resolvido aqui. A região inteira vem em Santa Cruz para este tratamento”, conta.

Ele explica que uma gestante com este diagnóstico precisa tomar uma injeção diária desde o início da gravidez até 40 dias após o parto. “Este medicamento é de alto custo. Porém, o SUS (Sistema Único de Saúde) fornece. Pacientes tem fácil acesso ao tratamento, o difícil é fazer o diagnóstico”, lamenta.

Zacura explicou que o custo dos exames para identificar o problema são altos e só são feitos em pacientes já com um histórico de problemas. “Até chegar ao diagnóstico a paciente já passou problemas. Ou a paciente já teve aborto de repetição, ou perdeu alguém da família com trombose, aí que o médico vai investigar o que está havendo”, diz.

A trombofilia aumenta o risco de ter qualquer tipo de trombose, como nas pernas ou pulmão. É risco de vida para este paciente. Ele explica que a paciente com trombofilia não deve tomar anticoncepcionais, pois o risco da trombose aumenta. Além disso, ao passar por qualquer procedimento cirúrgico é preciso tomar alguns cuidados prévios.

“Tenho paciente que teve cinco perdas fetais. Foi investigado trombofilia e hoje está com sua família feliz. O sucesso após a descoberta da doença é maravilhoso. Paciente que teve abortos e não queria mais tentar e hoje está grávida ou com sua família constituída. É gratificante ver o resultado”, conta.