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Dor do crescimento pode atingir até 20% das crianças

Publicada dia 26/04/2018 às 18:45:28

Carol Leme

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De acordo com a Unidade de Reumatologia do Instituto da Criança, 10% a 20% das crianças podem ter dores fortes no seu período de crescimento, principalmente no período noturno, por isso os pais devem estar atentos aos sinais, para não confundir com simples manhas ou vontade de dormir na cama dos pais.

De acordo com o ortopedista Sérgio Tadeu Rosa, a dor do crescimento pode atingir crianças de 2 a 8 anos, mas isso não significa que todas a terão em algum momento. “É preciso atenção no diagnóstico, pois, algumas outras doenças parecidas podem trazer confusão, como a tendinite, osteocondrite e traumas de maneira geral, entre outras situações, que também trazem dor intensa e pedem tratamento diferenciado para cada uma delas”, observa.

A dor do crescimento, de fato, traz algumas controvérsias na área médica e alguns posicionamentos diferentes. Segundo o médico, algumas correntes afirmam que ela acontece por um descompasso entre o crescimento ósseo e a formação dos vasos sanguíneos, causando a morte das células ósseas em um determinado ponto que provoca intensa dor aguda na região. “Esta é a mais plausível para mim, já que não existe sinal local nenhum, como calor local, rubor ou inchaço. Portanto, se houver alguns destes sinais, não se trata da chamada dor do crescimento”, detalha. Outros profissionais dizem que, como são crianças agitadas, correm, brincam, fazem esforço a dor poderia ser justificada por um processo inflamatório articular.

As dores agudas atingem somente os membros inferiores, principalmente dos joelhos para baixo, sempre características no fim da tarde, até a noite, acontecendo, em 40% dos casos, mais de uma vez na vida. “Mas é comum que na manhã seguinte a dor tenha desaparecido, então nem chega a atrapalhar a vida escolar. Porém se persistir por mais de 24h é preciso visitar um médico”, acrescenta.

Sérgio indica que, quando houver as crises de dor, a criança deve ficar deitada, e os responsáveis devem colocar compressa quente e passar cremes anti-inflamatórios. “A crise é tão violenta que muitas vezes isto não funciona, e é preciso medicar ou com analgésicos ou anti-inflamatórios e normalmente passa e no dia seguinte é como se não houvesse mais nada”.

A prevenção, segundo o ortopedista, não é possível, embora alguns autores indiquem que possa se tratar de uma fibromialgia, ou intensas atividades no dia a dia e até mesmo o bullying, que pelo alto estresse poderia provocar tais dores no corpo. “Mas eu acredito realmente que seja uma dor espontânea, causada pelo crescimento ósseo e da vasculatura, então não temos como saber quando as crises irão acontecer e evitá-las”, finaliza.