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Brasileiros ainda são desinformados sobre a hanseníase

Publicada dia 17/01/2020 às 16:43:16

Thaís Balielo

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Desde 2016, Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a hanseníase, doença infecciosa que lesiona os nervos periféricos e diminui a sensibilidade da pele, comumente conhecida como lepra. De acordo com a médica dermatologista Ana Lucia Beltrame Gaspar, a conscientização é fundamental, já que ainda falta informação aos brasileiros sobre a doença.

No mundo todo, 210.000 casos novos da doença são diagnosticados a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo que o Brasil é responsável por 11,6% dos casos, com 25.200 portadores da doença, o que faz com que o nosso país seja o segundo com maior número de casos no mundo.  “Desse total, 6% são crianças ou adolescentes. Assim, existe ainda muito desconhecimento das manifestações e da prevenção em relação à doença, cujo tratamento está disponível no sistema público de saúde e os medicamentos são fornecidos pelo governo”, afirma a especialista.

Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas brancas ou vermelho-esbranquiçadas nas extremidades e que podem atingir todo o corpo, com diminuição da sensibilidade, do suor local, e, às vezes, queda dos pelos. Assim, é comum a formação de áreas infiltradas e nódulos, quedas de cílios e sobrancelhas, cegueira, impotência e alterações neurológicas, com perda ou diminuição de sensibilidade e deformidades nas mãos e pés, dependendo do estágio da doença.

Segundo Ana Lúcia, existem vários tipos de hanseníase, que são classificados de acordo com a resposta do nosso organismo à presença da bactéria. “A doença se apresenta em quatro formas clínicas: a indeterminada; a tuberculóide ou paucibacilar (com poucos bacilos); a borderline ou dimorfa; e a lepromatosa ou multibacilar (com muitos bacilos). Em presença de qualquer desses sinais ou sintomas, o médico deve ser procurado para que se faça o diagnóstico o mais precoce possível e seja instituído o tratamento mais adequado para cada caso”, alerta. “Acho fundamental a realização de campanhas educativas nas cidades para se divulgar o que é a doença, como ela se manifesta, e que existem tratamentos que na maioria dos casos curam e estão disponíveis na rede pública de saúde, acessíveis a toda a população”, afirmou.