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“Carne esponjosa” pode causar transtornos à saúde das crianças

Publicada dia 17/08/2018 às 13:37:21

Arquivo Pessoal

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Popularmente conhecidas como carne esponjosa ou como tonsilas faríngeas, as adenoides ficam localizadas entre a parte de trás do nariz e acima da garganta, na região conhecida como nasofaringe, e são formadas por tecido linfoide. Apesar de não serem visíveis aos nossos olhos, nem quando abrimos a boca, as adenoides têm um papel importante, segundo o otorrinolaringologista Alcides Cavasini. “As adenoides junto com as amígdalas e tonsilas linguais, que é a base da língua, formam uma espécie de anel de proteção aos canais digestivo e respiratório, o chamado anel linfático de Waldeyer, que constituem um mecanismo de defesa contra a invasão de agentes estranhos ao organismo, ou seja, é parte do sistema imunológico e produzem anticorpos”, explica.

 O otorrinolaringologista afirma que não se deve confundir as adenoides e caracterizá-la como doença, pois todos nós nascemos com elas, no entanto, o aumento exagerado destas, que acontece durante a infância, pode levar a uma série de problemas na saúde. “O pico de crescimento das adenoides, geralmente, ocorre durante a infância, em torno dos dois aos seis anos de idade, e, respondem na maior parte das vezes a estímulos antigênicos, tais como infecções, alimentos alérgenos e irritações ambientais”, esclarece.

Alcides relata que os transtornos com as adenoides podem ser notados através de sintomas, principalmente, pela dificuldade em respirar. ”O paciente pode apresentar obstrução nasal persistente, respiração bucal, hiponasalidade, voz anasalada, secreções mucosas na região anterior do nariz, otite média com efusão, que é a secreção nos ouvidos, sinusites, além dos problemas na hora de dormir, como a apneia obstrutiva, que é o distúrbio do sono em que a respiração para e volta diversas vezes, roncos e inquietude durante o sono”, aponta.

Além dos sintomas que já são prejudiciais, o médico diz que o crescimento das adenoides pode, ainda, causar outras consequências. “A criança pode apresentar um desenvolvimento anormal dos ossos e musculatura da face, problemas ortodônticos, auditivos, distúrbios na fonação, sono agitado, hipersonolência diurna, cefaleia matinal, que são dores de cabeça logo ao acordar, enurese, emissão involuntária de urina, que é chamada de enurese mesmo que a criança já tenha aprendido o controle da micção, retardo no crescimento, debilidade do estado físico, repercussões pulmonares e cardíacas”, alerta.

Diante a esses transtornos, Alcides indica que é necessário recorrer a um especialista, que em primeiro momento, realiza o diagnóstico baseado em anamnese, que é o histórico clínico do paciente, exame físico, endoscopia nasal, radiografia e tomografia, para assim, indicar os tratamentos possíveis, sendo clínicos ou cirúrgicos. “O tratamento clínico visa uma respiração adequada, controle da rinite, e, para isso dispomos de medicamentos, controle ambiental e orientações de alguns hábitos. O tratamento cirúrgico, que é a adenoidectomia, tem como objetivo a remoção dos tecidos que causam esta obstrução, podendo ser associado a outros procedimentos nas amígdalas, conchas nasais, septo nasal, e, ouvidos, quando necessário”, informa.

Quanto à cirurgia, o médico afirma que este método é válido quando os procedimentos clínicos não desempenharam eficácia. “Quando há pouca ou nenhuma resposta ao tratamento clínico, e devido à gravidade do quadro, muitas vezes progressiva, o procedimento cirúrgico torna-se necessário, pois visa restabelecer uma respiração adequada, o que diminui a chance das complicações relatadas, e favorece um desenvolvimento adequado dessa criança”, argumenta.