Jornal Atual
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Riopardense é acusada de pagar propina para prefeito de Piraju

Publicada dia 15/04/2019 às 11:12:42

Renan Alves

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A Viação Riopardense, empresa que realiza o transporte público em Piraju e em Santa Cruz do Rio Pardo está sendo investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito em Piraju. Já no primeiro dia de oitivas, que aconteceu na quinta-feira, 11, a empresa foi acusada de pagar ilegalmente R$ 50 mil para a prefeitura daquela cidade para obter vantagens no serviço.

A denúncia foi feita por Cleber Aparecido Paulino, ex-funcionário da Del Oeste, que, segundo ele, faz parte de um cartel envolvendo também a empresa PirajuTur. “As três empresas estão envolvidas. Já fui testemunha na CP (Comissão Processante) passada e relatei uma suposta corrupção nos pagamentos. Fiquei sabendo porque ouvi o Samuel (Silva Santos, dono da Riopardense) em uma padaria e passei a anotar todas as informações, depois disso já fui ameaçado de morte várias vezes”, relata.

Cleber detalhou ainda que Samuel realizou o pagamento em 10 prestações de R$ 3.150 para a prefeitura para obter êxito e vantagens no transporte público. “O antigo dono da Del Oeste era muito honesto, agora que entrou o novo proprietário, ele se envolveu no esquema, me ameaçou de morte e me demitiu por realizar essas denúncias”, disse.

O ex-funcionário da Del Oeste já realizou diversas denúncias das péssimas condições da Riopardense em suas redes sociais. “São muitas irregularidades, falta de documentação, problemas mecânicos, motoristas alcoolizados, atropelamentos e muitos outros”, afirma.

Ao saber que o gerente da Riopardense de Santa Cruz do Rio Pardo denunciou que diversos veículos de qualidade foram levados para Piraju, Cleber afirmou que a situação é grave. “Se ele trouxe os melhores ônibus, imagino o que os santa-cruzenses estão sofrendo”, disse.

O vereador e presidente da CPI, Erico Tavares (PSC) afirmou em entrevista que estava programado também para ouvir os proprietários das empresas Riopardense e Piraju Tur, mas não compareceram. “Tentaremos convidá-los mais uma ou duas vezes para deporem, caso não compareçam pediremos apoio da Polícia Militar para realizar uma condução coercitiva”, afirmou.

O proprietário do Jornal Observador de Piraju, Kelson José Godoy, também foi ouvido pela CPI. Segundo denúncias, o jornal fez parte do esquema de pagamento de propina. “Temos informações de que a empresa realizava o pagamento ilegal através do jornal”, disse Erico. Em seu depoimento, Kelson afirmou que assumiu a empresa em janeiro de 2018 e, portanto, não consegue obter informações dos recebimentos e contratos anteriores.

Contrato rompido

O prefeito José Maria Costa (PPS) rompeu com a empresa Riopardense no dia 11 de março, dias depois da instauração da CPI na Câmara e contratou emergencialmente a empresa Del Oeste pelo prazo de 180 dias, até que a nova licitação do transporte público seja realizada.