< Voltar

Riopardense não entrega documentos e transporte universitário volta à estaca zero

Publicada dia 24/06/2018 às 10:46:41

Jornal Atual

riopardense-nao-entrega-documentos-e-transporte-universitario-volta-a-estaca-zero


Ainda não foi desta vez o capítulo final da novela do transporte universitário em Santa Cruz, isso porque a empresa Riopardense, vencedora do último pregão, não entregou os documentos necessários em tempo hábil, com isso foi desclassificada, e agora está inapta a participar de licitações na cidade.“Essa licitação é um pouco complexa, hoje quem faz o trabalho e com qualidade é a San Carlos, e infelizmente a empresa declinou em renovar esse contrato por questão de preço, e eles tem razão, por isso abrimos um novo processo licitatório. Muitas empresas compareceram, mas já estamos na quarta empresa eliminada, todas por não entregarem os documentos necessários” disse o prefeito Otacílio Parras Assis.

O prefeito acreditava que com a vitória da Riopardense o problema estaria solucionado. “No terceiro pregão venceu a Riopardense, que inclusive já faz o transporte urbano na cidade, porém ela tinha até o último dia 15, uma sexta-feira, para entregar a documentação, trouxe alguns, mas não todos os documentos, então a decisão da Procuradoria Jurídica e do Departamento de Compras é pela inabilitação da Riopardense, sendo assim não temos nenhuma empresa vencedora”, explicou.

O chefe do executivo ainda fez questão de tranquilizar os universitários. “Todos os alunos podem ficar tranquilos, nosso jurídico já tomou todas as providências, renovamos o contrato com a San Carlos por mais 30 dias, e vamos reabrir o pregão para as empresas remanescentes deste processo, que irá recomeçar com o preço de último lance destas empresas”, disse.

A reportagem do Atual apurou que a Riopardense pediu um prazo maior para a prefeitura, e a informação foi confirmada por Otacílio. “Me informaram que ela pediu um prazo maior, mas isso não é comum, pois ficaríamos sem transporte. Como eu iria prorrogar com a empresa que está fazendo o transporte emergencial e dar o prazo para outra que não cumpriu as obrigações? Seria um casuísmo, então preferimos seguir o que está escrito na lei, a decisão foi jurídica e não eu quem decidiu”, disparou. “A pessoa tem o direito de contestar, mas ainda conversando com a procuradoria eu pedi para que façam tudo da melhor maneira possível para não acontecer uma contestação no futuro, então não adianta querer ir a ‘ferro e fogo’ e exagerar nas decisões, não vamos inabilitar essa empresa no Brasil inteiro, pois aí teríamos problemas no futuro, pois ela seria penalizada em excesso, devemos penalizar apenas em relação ao procedimento de Santa Cruz do Rio Pardo” finalizou Otacílio, dizendo que não descarta uma briga judicial no futuro.

San Carlos de Santa Cruz do Rio Pardo, e Rodrigues de Londrina, são as empresas remanescentes e que estão desde o início do processo. A empresa do Paraná tem interesse apenas nas linhas Santa Cruz-Jacarezinho, ônibus e micro-ônibus, já a San Carlos além deste trajeto, também enviou propostas para as linhas Santa Cruz-Marília e Santa Cruz-Ourinhos.

O próximo pregão terá inicio com os preços apresentados pela empresa na última reunião, nos dois trajetos para Jacarezinho, San Carlos e Rodrigues estão empatadas, R$ 7,27 para ônibus e R$ 5,07 para o micro-ônibus. Já para Marília, a San Carlos deu o lance de R$ 5,00 e para Ourinhos R$ 7,47 o quilômetro.

Mais problemas

Não foi em Santa Cruz do Rio Pardo que a Viação Riopardense teve problemas. A prefeitura de Araçariguama suspendeu seu contrato de prestação de serviços no transporte coletivo urbano com a empresa, no qual venceu o processo licitatório, onde apresentou todos os documentos, mas na prática, estava com veículos em desacordo com o contrato, razão pela qual, a administração municipal determinou a imediata suspensão do ajuste.

A prefeita Lili Aymar, mediante os vários problemas constatados, formou uma comissão de fiscalização, que após análise e confirmação da precariedade em que se encontravam os ônibus e atrasos nas rotas solicitou, imediatamente, que a respectiva empresa cumprisse as exigências do edital e contratual. “O tempo passou e com ele o prazo final para correções dos problemas no transporte público também. Constatamos que a empresa Viação Riopardense não tem condições de cumprir as cláusulas regidas no contrato, pois lamentavelmente já no primeiro dia de serviços deixou a desejar. Não podemos permitir que a população sofra com essa situação, não podemos aceitar que uma empresa tenha ganho a licitação e não cumpra o licitado, que é oferecer ônibus em ótimas condições. Nossas crianças e os trabalhadores não podem correr riscos”, afirmou Aymar.

Em Santa Cruz, o transporte coletivo urbano também é alvo de muitas reclamações. Pessoas próximas ao prefeito Otacílio estão apostando que graças aos últimos problemas com a Riopardense, ele deve acelerar a ideia de a prefeitura assumir o transporte urbano.