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Otacílio manobra situação e derruba projeto de Severo

Publicada dia 25/05/2019 às 12:29:18

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O prefeito Otacílio Assis (PSB), com o apoio da bancada da situação (que conta com sete vereadores: Edvaldo Godoy, João Marcelo, Cristiano Miranda, Luiz da Onça, Milton de Lima, Marco Valantiere e Lourival Heitor) conseguiu manobrar e deixar o projeto do líder da oposição, Luciano Severo (PRB) praticamente inviável e impossível de ser aprovado.

O projeto quer criar emendas impositivas ao município e dar aos 13 vereadores o poder de definir o envio e a utilização de verbas do município, que poderão ser gastas com equipamentos, veículos e com entidades. Obrigatoriamente, 50% do valor total deverá ser aplicado na área da saúde. O prefeito em exercício é obrigado a executar aquilo que foi proposto pelo vereador, sob pena de crime de responsabilidade.

Antes da última sessão, realizada na segunda-feira, 20, os vereadores participaram de uma reunião tranquila para discutir diversas emendas que seriam incluídas ao projeto, mas ao iniciar a sessão o vereador Edvaldo (DEM), que tem seu nome divulgado na chapa das eleições de 2020, pediu a palavra e apresentou um ofício assinado pela bancada governista dirigido ao prefeito.

O documento afirmava que a bancada estava se posicionando contra o projeto e pedia para o prefeito aumentar os repasses que realiza para entidades em R$ 600 mil. Para o vereador, as emendas impositivas iriam depender muito de vontade política e se tornariam um palanque para angariar votos. Ao ser questionado se o ofício foi elaborado juntamente do prefeito com o aval do chefe do executivo, Edvaldo se descontrolou. “Pergunta pra ele”, disparou.

A atitude causou polêmica entre os vereadores e manifestação entre o público presente, os edis chegaram a ser vaiados. “Toda essa articulação só porque o projeto é da oposição? na hora dessa palhaçada mudar”, disparou o vereador Cristiano Neves (PRB).

Antes de a sessão ser encerrada sob gritos, aplausos e ofensas, os vereadores da situação se abstiveram de todas as emendas apresentadas, como não obtiveram votos suficientes, foram rejeitadas. O projeto não foi votado. “Não dá para continuar a sessão, na próxima nós votamos”, disse o presidente Paulo Pinhata (MDB).

Para Severo, a atitude conjunta foi considerada um “passa-moleque” e prejudicará entidades que não possuem convênio com a prefeitura. “O projeto dá oportunidade de diversas entidades receberem verba e melhorarem o atendimento, como por exemplo, o CAS (Clube Atlético Santacruzense), os Escoteiros e outros, já este ofício só aumenta de quem já recebe e não nos dá garantia de que o prefeito irá cumprir com a sua palavra”, pontuou. A situação rebateu afirmando que, caso Otacílio não cumpra, suas contas podem ser rejeitadas pela Câmara.

O autor retirou o projeto nesta semana para, segundo ele, analisar com mais vereadores alguns pontos que podem ser alterados. “Vamos tentar melhorar o documento e ele voltará para discussão e votação na próxima sessão, agendada para o dia 3 de junho”, afirmou.

Nas redes sociais, diversos munícipes e integrantes de entidades sociais estão realizando campanhas e convocações para que o público compareça à sessão e faça uma espécie de pressão nos vereadores.