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Mototaxistas pressionam vereadores contra ônibus gratuito

Publicada dia 10/07/2019 às 10:40:30

Renan Alves

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Os vereadores Luciano Severo (PRB) e Paulo Pinhata (MDB) decidiram retirar de última hora uma indicação apresentada na segunda-feira, 01, durante a sessão ordinária após serem pressionados pela presença de mototaxistas. O documento pedia que Otacílio concedesse transporte coletivo totalmente gratuito aos munícipes, já que a prefeitura adquiriu os ônibus e está assumindo o serviço nas próximas semanas.

Antes da visita dos mototaxistas, Severo utilizou a tribuna e afirmou que cada ônibus da Riopardense gera uma despesa de R$ 200 por dia, portanto seria irrisório o município ceder para todos gratuitamente. “Talvez ele (Otacílio) rechace dizendo que não sirvo para ser administrador, mas a conta no fim do mês é muito baixa para um município tão rico que já cede transporte universitário”, disparou. No documento Pinhata e Severo alegaram que municípios como Agudos, Paulínia e Macatuba já oferecem o benefício do transporte gratuito.

Ao final da sessão, Pinhata pediu a palavra e informou que estava retirando a indicação. Ao ser questionado pela imprensa, o presidente da Câmara desconversou e afirmou que precisava dos custos reais antes de enviar a solicitação ao prefeito. Enquanto isso, líderes de mototáxis da cidade aguardavam o vereador na plateia.

No outro dia, Otacílio foi aos microfones da Difusora FM e afirmou que os dados informados por Severo estavam equivocados, além disso, a gratuidade geraria um desemprego de aproximadamente 200 mototaxistas. “Cada ônibus custa, em média, R$ 900 por dia e a maior parte do público que já utiliza não paga, que são os aposentados, os estudantes pagam meia e os funcionários que os patrões pagam”, justificou.

Na quinta-feira, 04, Severo confessou que se reuniu com alguns mototaxistas após a sessão da Câmara, mas afirmou que os valores de despesas foram fornecidos pelo próprio gerente da Riopardense. “Acabaram jogando os mototaxistas contra a gente, eu acho que deve sim estudar a gratuidade dos ônibus porque já privilegiamos uma parte da população, faltam principalmente as pessoas de menos poder aquisitivo”, afirmou.